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GM anuncia paralisação da linha de produção de veículos
Por Leone Farias
e Michele Loureiro
31/10/2008 | 07:00
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A General Motors do Brasil anunciou que vai parar a produção das unidade de São Caetano e Gravataí (RS), e que dará férias coletivas a seus funcionários do chão-de-fábrica.

A montadora, que já havia interrompido a fabricação de automóveis em outubro, decidiu paralisar a produção novamente. A partir da próxima segunda-feira (3) os funcionários de São Caetano suspendem as atividades, por 11 dias, até 17 de novembro. Na filial gaúcha os trabalhadores ficam 16 dias em casa.

A empresa informou que, desta vez, a parada ocorre "face à restrição de crédito, que já impacta as vendas de veículos no mercado interno".

Sobre a interrupção do mês passado - dez dias de férias coletivas em São Caetano, São José dos Campos e Mogi das Cruzes, e três dias de folga em Gravataí -, a companhia afirma que não havia vínculo com a crise financeira internacional, mas sim com a retração nas exportações.

A companhia ressaltou que a expectativa é de que a situação do crédito seja passageira e que retorne à normalidade em até três meses.

Dados extra-oficiais, obtidos com representantes do setor automobilístico, davam conta de que, até dia 24 deste mês, as vendas de carros zero km caíram 12% em comparação com mesmo mês do ano passado, e estão 4% mais baixas em relação a setembro.

A paralisação da unidade de São Caetano envolve cerca de 5 mil funcionários, que produzem os modelos Vectra, Astra e parte do modelo Corsa. Lá são produzidos 1.140 carros por dia, segundo o sindicato.

Em Gravataí, são 5,2 mil funcionários, considerando a GM e também empresas sistemistas. A fábrica produz 800 automóveis por dia, dos modelos Corsa e Prisma.

Na unidade de São José dos Campos, ainda não foi tomada nenhuma decisão e a produção segue normalmente.

SINDICATO - Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, os trabalhadores de São Caetano terão seis dias de licença remunerada e cinco dias day off (sem remuneração). "Todos estão preocupados com esta situação. Apesar do sindicato interceder pelos dias remunerados, há o medo de que sejam necessárias outras paradas na produção", comenta.

Segundo Cidão, o clima é de pessimismo. "Há muito estoque de veículos. Esta situação estava para explodir há vários dias", diz.

AJUDA - Lula anunciou, na quarta-feira à noite, no Salão Internacional do Automóvel, que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central do Brasil, Henrique Meirelles, vão se reunir hoje com representantes da indústria automobilística para discutir a crise financeira.

Governo e montadoras vão debater instrumentos para que o setor não sofra com problema de acesso ao financiamento. Segundo o vice-presidente da GM, José Carlos Pinheiro Neto, uma das idéias em discussão é que os bancos vinculados à montadoras obtenham linhas de crédito.




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