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Taxa de transmissão do vírus volta a subir no Grande ABC

Depois de chegar a 0,53 há dois meses, indicador aponta 1,07, maior marca desde 4 de julho; País também registra alta

Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
22/09/2021 | 05:55
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Celso Luiz/ DGABC


A taxa de transmissão do novo coronavírus voltou a subir no Grande ABC. De acordo com dados tabulados pela SP Covid Info Tracker, plataforma gerida por pesquisadores da Unesp (Universidade Estadual Paulista), da USP (Universidade de São Paulo) e do Cemeai (Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria), que considera informações do governo do Estado, ontem o indicador era de 1,07, o maior desde 4 de julho, quando apontava 1,04.

A taxa, elaborada por meio de metodologia científica e que leva em conta os outros indicadores, é a mais adequada para medir o avanço da pandemia. De acordo com os especialistas, abaixo de 1 significa que a crise está controlada, o que vinha ocorrendo na região até 19 de setembro. A marca mais baixa da pandemia foi registrada em 29 de julho, com 0,53.

O Brasil também apresenta alta na taxa de reprodução. De acordo com relatório divulgado ontem pelo Imperial College de Londres, o indicador no País está em 1,03, maior registro desde 22 de junho. No Estado, a taxa é de 0,7.

Taxa de reprodução de 1 significa que 100 pessoas que estão infectadas com o coronavírus são capazes de transmitir a doença para outras 100. No caso do Grande ABC, com 1,07, significa que 100 indivíduos conseguem contaminar 107 pessoas.

Infectologista e fundador do IBSP (Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente), José Ribamar Branco explica que a taxa tem subido porque muitas pessoas ainda não estão totalmente imunizadas contra a Covid. “Apesar de termos quase 50% das pessoas no Estado vacinadas com a segunda dose, temos a variante delta que é mais transmissível e uma população suscetível, que são os que receberam apenas a primeira dose e os pacientes que tomaram a vacina há mais de seis meses, principalmente os idosos acima de 70 anos, que são mais vulneráveis”, explicou Branco.

Apesar da alta no indicador, a região mantém tendência de queda nas taxas de morte e de internação em razão da Covid – ontem o Diário mostrou que o Grande ABC tem o menor número de ocupação dos leitos de emergência na Região Metropolitana, com 24,4% das vagas preenchidos.

O infectologista explica que a fatia da população que já está totalmente imunizada contra a Covid impede que os indicadores de internações e mortes subam. “A transmissão vai continuar acontecendo, mas a taxa de ocupação das UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) e o número de mortos não aumentou, ou seja, estamos vivendo o que ocorre na Inglaterra que é um vírus disseminando, mas não aumentando a mortalidade. Vamos ter grande número de casos, já que a delta representa 91 % das infecções no Estado, talvez tenhamos aumento na mortalidade na faixa etária acima de 70 anos, mas a vacinação consegue evitar óbitos e os casos mais graves da doença”completou Branco.

A taxa de transmissão do Grande ABC é a quinta maior do Estado. Na primeira posição está na Grande SP Leste, composta pelas cidades do Alto Tietê, com 1,23, seguida da Grande SP Oeste, onde estão cidades como Barueri, Carapicuíba, Itapevi e Osasco, com 1,20. O terceiro posto da lista é da Grande SP Sudoeste, com cidades como Cotia, Embu, Embu-Guaçu e Itapecerica da Serra, com 1,09. Por fim, em quatro está a região de Registro, com 1,08.  




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