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Tite mantém plano para desmonte da Biblioteca Paul Harris

Governo interno de São Caetano abre licitação para oferta de acervo digital sem explicar o que será feito com atual estrutura

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
21/09/2021 | 00:47
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Nario Barbosa/ DGABC


O prefeito interino de São Caetano, Tite Campanella (Cidadania), ignorou apelos de moradores usuários da Biblioteca Paul Harris e deu sequência ao plano de tirar o equipamento do prédio de dois andares no bairro Santa Paula para alocá-lo em uma sala na Secretaria de Educação. Ontem, a gestão em exercício abriu licitação para contratação de empresa responsável pela oferta de livros digitais e software de acesso aos títulos.

Conforme as regras do edital, a empresa contratada terá de fornecer “licenças de acesso para uso de plataforma e gerenciamento de livros digitais, para serem utilizados dentro e fora da biblioteca em dispositivos móveis, computadores etc”. A vencedora ficará responsável ainda por garantir fornecimento “digital variado de obras gerais, infantis, infanto-juvenis, literatura brasileira, literatura estrangeira e lançamentos dos último dois anos”. O prazo do contrato é de 12 meses, podendo ser prorrogado por até cinco anos.

A digitalização da Biblioteca Paul Harris, custeada por verba do governo federal – que repassou R$ 120 mil –, foi a justificativa principal da gestão em exercício para a mudança de endereço do equipamento. O governo Tite segue sem explicar, porém, o que será feito com o acervo físico da unidade.

No dia 24, o Diário revelou que estava em curso o novo o planejamento da Prefeitura de São Caetano. A atual estrutura da biblioteca comporta cerca de 30 mil títulos, entre livros, revistas e outros materiais históricos. O prédio localizado na Avenida Doutor Augusto de Toledo, 255, bairro Santa Paula conta com dois pavimentos, um auditório para 55 pessoas, mezanino, espaços com mesas de estudo e de leitura e cinco cabines com televisores e vídeos com uma coleção de 350 documentários, além de toda infraestrutura técnica para armazenamento do acervo.

A futura sede será um escritório na Secretaria de Educação, na Avenida Goiás, em um espaço conhecido como sala de vidro. Este local recebia palestras e pequenas exposições e é inferior, em tamanho físico, na comparação com a atual Biblioteca Paul Harris. Além do material, há preocupação com o futuro dos servidores, já que o prédio acolhe 27 colaboradores, número superior à capacidade da sala de vidro.

Desde a revelação da mudança, usuários, moradores e entidades da sociedade civil se mobilizam para tentar reverter o planejamento do governo interino. Recentemente, o Concult (Conselho de Cultura) da cidade aprovou o envio de ofício à administração em exercício cobrando explicações sobre o projeto porque o grupo alega que, até agora, não teve acesso à ideia da gestão Tite para a nova biblioteca .

Até protesto em frente à atual unidade foi realizado, com faixas pedindo a preservação da memória de São Caetano - fundada em 1954, a Biblioteca Paul Harris funciona desde 2002 no endereço do bairro Santa Paula. Abaixo-assinado virtual também pede que o prefeito interino reveja a decisão – (https://www.change.org/p/prefeito-tite-campanella-n%C3%A3o-a-mudan%C3%A7a-da-biblioteca-paul-harris).

O governo Tite não respondeu às questões da equipe do Diário até o fechamento desta edição. A reportagem indagou a Prefeitura sobre quando o serviço de digitalização ficará pronto, acerca do destino do acervo físico da Biblioteca Paul Harris, se a gestão levou em consideração o espaço menor da sala de vidro quando escolheu realocar o equipamento e quando a nova unidade será aberta. 




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