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Policial acusado por chacina em Diadema alega transtorno mental
Por Illenia Negrin
Do Diário do Grande ABC
13/09/2005 | 07:58
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Os três policiais militares acusados de envolvimento na chacina ocorrida no início de julho no Jardim Portinari, em Diadema, prestaram depoimento nesta segunda-feira à juíza Claudia Maria Carbonari de Faria, da Vara de Execuções Criminais do município. O sargento Ricardo dos Santos Silva apresentou relato "confuso", segundo seu próprio advogado, o que comprovaria a tese de que o denunciado sofre de transtornos mentais. Foi o sargento o autor dos 13 disparos que vitimaram a faxineira Tereza Rodrigues Faria, 50 anos, e os dois filhos, Eduardo, 24, e Fábio Rodrigues, 15.

Os outros dois colegas de corporação, os soldados Edson Arão Prudêncio e Sebastião Farias Pinto, insistiram que não participaram da ação e alegaram não conhecer os detalhes porque estavam distantes do local. Arão dirigia a viatura que levou o sargento ao Jardim Portinari e se "escondeu" atrás do veículo quando ouviu os disparos. Pinto foi quem solicitou reforços ao Copom (Centro de Operações da Polícia Militar) depois de se envolver numa discussão com Fábio e outros moradores do bairro. Ele diz que já estava em casa no momento da chacina.

A advogada dos soldados, Karen Ornellas, entrou com pedido de liberdade provisória. Ela defende que ambos não estão envolvidos e que são "vítimas" de uma ocorrência "infeliz". "Nenhum dos dois soldados sabe relatar exatamente o que aconteceu. Arão não pode ser acusado de omissão porque sequer viu de onde partiram os disparos. Por isso, se abrigou atrás da viatura, para se proteger. E Pinto chamou reforços porque se sentiu acuado pelos populares depois da discussão com Fábio", afirma.

Segundo a advogada, os dois soldados não tinham qualquer relação de amizade com Silva. O advogado de defesa de Silva, Eraldo José dos Santos, diz que o policial não se lembra direito do que aconteceu no momento que chegou à favela. "Meu cliente sofre de transtornos mentais, e andava muito perturbado, segundo a mulher dele", sustenta. No próximo dia 26, a juíza ouve as testemunhas de acusação, vizinhos das vítimas que presenciaram a chacina.




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