Mestre em Comunicação e Inovação pelo programa de mestrado da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) e professor universitário, Robson Gisoldi é autor de pesquisa científica que mostra falha na condução de relacionamentos das prefeituras da região com moradores, por meio de tecnologias, mais especificamente a internet.

Em estudo a partir de 2013, Gisoldi aprofundou avaliação de 207 reclamações de moradores das sete cidades em canais de comunicação disponíveis para serviços on-line, direcionadas no Portal Reclame Aqui Cidades (http://www.reclameaqui.com.br/cidades), que detém vínculo com portais das administrações locais.

“A apuração partiu do plano de governo de candidatos em 2012, no qual a ampla maioria destacou prioridade em ações tecnológicas e relação mais próxima com moradores. Contudo, o estudo apontou para um vínculo frio, justamente por conta do comportamento da administração. O munícipe procura publicar sua insatisfação, mas vê retorno geralmente evasivo”, pontuou.

A publicação ocorreu como parte da tese de mestrado, que foi conduzida pelo pesquisador e doutor também USCS Arquimedes Pessoni.

O professor universitário relembra que a relação em décadas passadas entre prefeituras e moradores era por meio de veículos de comunicação, geralmente por meio de jornais impressos. Ele defendeu que a falta de prioridade das gestões para solucionar os problemas destacados por munícipes reflete negativamente aos próprios gestores, o que chega depreciar plataformas de candidaturas políticas.

“A resposta ocasionalmente padrão das prefeituras faz com que os moradores busquem as redes sociais para a ampliação de sua voz. Isso automaticamente gera uma imagem negativa aos prefeitos, em determinados casos, por conta de um buraco na rua, que não foi solucionado”, acrescentou.

Um caminho apontado por Gilsodi para melhorar elo com gestor é criar mecanismo para acompanhar as demandas. “O exemplo que podemos usar é o das concessionárias de automóveis, que utilizam o serviço de pós-venda. O prefeito tem de ter esse trato com o munícipe, buscando vê-lo como um cliente”, observou.