Autor de um dos gols que garantiu o empate do São Caetano com o Atlético-GO (2 a 2), o zagueiro Artur comemorou a chance de ser mantido no time para o confronto com a Portuguesa, amanhã, no Anacleto Campanella. Ontem, o ex-lavrador, de 24 anos, e que começou a carreira profissional há apenas dois, participou do coletivo entre os titulares.

O jogador se emociona ao falar de sua trajetória na roça, dos 13 aos 22 anos, em Ibititá, sua cidade natal, no interior da Bahia. Artur trabalhava na lavoura, no sítio da família, para ajudar a sustentar pai, mãe e quatro irmãos. Diariamente, colhia feijão, mamona e trigo. "Após a colheita na roça do pai, ajudava em outras roças para aumentar um pouco a renda. Ainda assim, tirava no máximo R$ 10 por dia", relatou.

Artur iniciou a carreira profissional no Vitória da Conquista, também da Bahia, e conta que a chance de se profissionalizar surgiu por um "acaso".

"Jogava na várzea e um dia um olheiro me viu em uma partida e convidou para um teste no Vitória da Conquista. Sonhava em ser profissional, mas a família não tinha como me bancar fora de casa. Comecei tarde, mas acho que Deus foi quem definiu que aquele era o meu momento e hoje estou aqui."

Após cumprir dois anos de contrato com o clube baiano, Artur foi emprestado ao Central de Caruaru e disputou a Série C do Brasileiro pelo time pernambucano, em 2007. Em 2008, voltou ao Vitória da Conquista e disputou o Baiano e novamente a Série C. No início deste ano disputou o Paulistão pelo Mirassol e no início da Série B se transferiu para o Azulão, onde chegou a ser a quarta opção na reserva.

"Nunca desanimei. Agora que tive uma chance, espero continuar a colheita", brincou. Os direitos do atleta pertencem à Energy Sports.