Lula tenta evitar que má avaliação da gestão petista na Capital contamine candidato da sigla ao Estado
Em evento de largada simbólica da campanha petista ao governo do Estado, ontem na Praça da Sé, na Capital, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez discurso de 24 minutos e quase metade deste tempo – 11 minutos – utilizou para cobrar o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT). Ao subir no palanque, Lula tentou minimizar que os efeitos da má avaliação do governo paulistano, indicado por pesquisas, prejudique a candidatura da sigla, com o ex-ministro Alexandre Padilha.
Os índices negativos da gestão na Capital preocupam a cúpula petista. Levantamento Datafolha divulgado quinta-feira mostra que 47% dos entrevistados consideram ruim ou péssima a administração Haddad. O percentual subiu 11 pontos percentuais em um mês. O temor do PT é que esses números contaminem a campanha do correligionário. “Perguntei ao prefeito o que ele falou no microfone e ele me disse: ‘Falei bem do Padilha’. Eu comentei: ‘E você não falou bem de você mesmo?’”.
Pontuando alguns conselhos ao pupilo, o ex-presidente afirmou que não dá para esperar que a imprensa “fale bem do governo” do PT e que Haddad é quem deve “divulgar as coisas boas que a prefeitura faz”. “Aquilo que a gente não faz os adversários mostram e você (apontando ao prefeito de São Paulo) sabe quem são os nossos adversários. É só ligar a televisão, você apanha às 8h, às 15h, às 19h. Às vezes, às 5h já está apanhando. Precisamos agora começar a reagir (a postura).”
Depois de alfinetadas, Lula rasgou elogios ao seu ex-ministro da Educação, listando projetos implantados por Haddad em um ano e meio de mandato, como o Bilhete Único Mensal, as faixas exclusivas de ônibus e a transformação dos CEUs (Centro Educacional Unificado) em universidade aberta.
Todo esse teor do discurso veio antes da fala de Padilha. Ex-ministro da Saúde de Dilma Rousseff (PT), o candidato ao Palácio dos Bandeirantes aparece na pesquisa Datafolha com 4% das intenções de voto, no mesmo patamar da sondagem de junho, em terceiro lugar, atrás do governador Geraldo Alckmin (PSDB), pleiteante à reeleição, com 54%, e do presidente licenciado da Fiesp, Paulo Skaf (PMDB), com 16%.
Padilha manteve o discurso de que a eleição em São Paulo está dividida entre grupos que governam 20 anos o Estado, os que ficaram outras duas décadas anteriores, referindo-se ao PSDB e PMDB, respectivamente, e o PT. “Nós somos a novidade, quem poderá fazer mudança”, disse o petista, que fará atividade segunda-feira na Praça da Matriz, em São Bernardo.
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