Política Titulo Eleição
Haddad preocupa PT e campanha de Padilha

Lula tenta evitar que má avaliação da gestão petista na Capital contamine candidato da sigla ao Estado

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
19/07/2014 | 07:10
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Nario Barbosa/DGABC


Em evento de largada simbólica da campanha petista ao governo do Estado, ontem na Praça da Sé, na Capital, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez discurso de 24 minutos e quase metade deste tempo – 11 minutos – utilizou para cobrar o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT). Ao subir no palanque, Lula tentou minimizar que os efeitos da má avaliação do governo paulistano, indicado por pesquisas, prejudique a candidatura da sigla, com o ex-ministro Alexandre Padilha.

Os índices negativos da gestão na Capital preocupam a cúpula petista. Levantamento Datafolha divulgado quinta-feira mostra que 47% dos entrevistados consideram ruim ou péssima a administração Haddad. O percentual subiu 11 pontos percentuais em um mês. O temor do PT é que esses números contaminem a campanha do correligionário. “Perguntei ao prefeito o que ele falou no microfone e ele me disse: ‘Falei bem do Padilha’. Eu comentei: ‘E você não falou bem de você mesmo?’”.

Pontuando alguns conselhos ao pupilo, o ex-presidente afirmou que não dá para esperar que a imprensa “fale bem do governo” do PT e que Haddad é quem deve “divulgar as coisas boas que a prefeitura faz”. “Aquilo que a gente não faz os adversários mostram e você (apontando ao prefeito de São Paulo) sabe quem são os nossos adversários. É só ligar a televisão, você apanha às 8h, às 15h, às 19h. Às vezes, às 5h já está apanhando. Precisamos agora começar a reagir (a postura).”

Depois de alfinetadas, Lula rasgou elogios ao seu ex-ministro da Educação, listando projetos implantados por Haddad em um ano e meio de mandato, como o Bilhete Único Mensal, as faixas exclusivas de ônibus e a transformação dos CEUs (Centro Educacional Unificado) em universidade aberta.

Todo esse teor do discurso veio antes da fala de Padilha. Ex-ministro da Saúde de Dilma Rousseff (PT), o candidato ao Palácio dos Bandeirantes aparece na pesquisa Datafolha com 4% das intenções de voto, no mesmo patamar da sondagem de junho, em terceiro lugar, atrás do governador Geraldo Alckmin (PSDB), pleiteante à reeleição, com 54%, e do presidente licenciado da Fiesp, Paulo Skaf (PMDB), com 16%.

Padilha manteve o discurso de que a eleição em São Paulo está dividida entre grupos que governam 20 anos o Estado, os que ficaram outras duas décadas anteriores, referindo-se ao PSDB e PMDB, respectivamente, e o PT. “Nós somos a novidade, quem poderá fazer mudança”, disse o petista, que fará atividade segunda-feira na Praça da Matriz, em São Bernardo.




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