Peças chegam com atraso à Emeb José Avilez, em S.Bernardo, mas mães negam sorteio
Um dia depois de o Diário mostrar que nem todos os kits de uniforme escolar foram destinados à Emeb Vereador José Avilez, no Jardim Valdíbia, a Prefeitura de São Bernardo transferiu o restante das peças às crianças. “O Diário chegou à escola às 8h e, às 8h30, o caminhão com as peças estacionou para terminar a entrega”, relatou um funcionário.
Como não havia todos os kits solicitados pela Emeb Vereador José Avilez, mães ligadas à APM (Associação de Pais e Mestres) optaram por entregar as vestimentas gradativamente, mas disseram que o processo não foi aleatório. Elas, voluntariamente, têm sido responsáveis pela checagem do material e divisão das roupas.
Julinho protocolou na terça-feira ação denunciando a prática de sorteio de uniformes e solicitou a interrupção da distribuição das peças sob alegação de descumprimento do princípio da isonomia presente na Constituição Federal. O pedido de liminar para paralisar imediatamente a transferência dos kits aos alunos ainda não foi julgado.
A fornecedora de uniformes é a Capricórnio S/A, que venceu licitação deste ano com valor de R$ 20,7 milhões. A empresa é investigada pelo Gaeco ABC (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público, por suspeita de fraude no processo licitatório de 2009, quando também triunfou na concorrência pública – à época cobrou R$ 25,9 milhões.
LEI DO SILÊNCIO
Por determinação da secretária de Educação de São Bernardo, Cleuza Repulho (PT), funcionários das escolas municipais estão impedidos de conceder entrevistas sobre problemas na distribuição de uniformes à rede pública ou denunciar abertamente eventuais casos nas instituições vinculadas à Pasta.
Desde o início da investigação do Gaeco ABC sobre suspeita de superfaturamento em compra de uniformes, tênis e mochilas no sistema educacional, a administração petista não tem se pronunciado sobre o tema.
O MP já solicitou a prisão preventiva de Cleuza por fraude no edital para aquisição de calçados e mochilas à rede em 2009. A Justiça não concedeu o pedido de reclusão, mas abriu ação penal pública contra Cleuza.
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