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Atleta de Sto.André
enfrenta percalços
no powerlifting

Com apenas um patrocínio, Lazaro Barbosa faturou Panamericano e agora foca o Mundial

Thiago Postigo Silva
Do Diário do Grande ABC
21/07/2013 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


Não desistir nunca. Esse pode ser considerado o lema do atleta Lazaro Barbosa da Silva, 48 anos, que disputa powerlifting, modalidade de levantamento de peso. Morador de Santo André, ele pratica o esporte desde os 17 anos, mas teve que abandoná-lo por problemas familiares, os quais preferiu não especificar.

Porém, a saudade do powerlifting o fez voltar à barra e pesos em 2009 e, consequentemente, recomeçou a ganhar troféus. Agora na categoria master, de até 93kg, foi campeão Panamericano no início do mês, em Orlando, nos Estados Unidos, e foca o Mundial, no mesmo local, em setembro – ao todo, o atleta coleciona 12 títulos Paulistas, 12 Brasileiros e sete Sul-Americanos.

“Parei por problemas pessoais. Mas em 2009 retornei, porque quando se gosta de fazer alguma coisa, a gente não esquece e aquela vontade toda reaparece”, frisou.

Segundo Barbosa, a esposa e o filho foram essenciais para sua carreira. “A família torce bastante, apoia muito. Entende que é um prazer para mim. No geral, é o alicerce. Se não apoiar, acaba quebrando você, mas a minha sempre me ajudou”, assegurou.

E ele precisa muito deste apoio, porque a rotina não é fácil. Encarregado em uma empresa de ônibus, os treinos acontecem somente três vezes por semana, no período da noite. “É cansativo, porque fico cerca de dez horas na empresa e somente depois vou ao treinamento. Mas o bom é porque gosto do que faço”, destacou.

Outro problema que ele precisa superar a cada dia é falta de treinador e de patrocínio. Em todas as viagens, tem de pagar com o próprio dinheiro. “No treino, tenho companheiros que também fazem parte da equipe e gostam de levantar peso, mas o bom seria ter um técnico, porque o resultado passa a render mais. Quando tem um técnico corrigindo, as atividades passam a ser mais perfeitas”, explicou. “Atualmente, por exemplo, tenho patrocinador para os suplementos, mas quanto à passagem (de avião), sai do nosso bolso. A gente não tem patrocínio de empresário ou incentivos para custear esses eventos”, lamentou.

Ele também pede pouco mais de carinho dos governantes à modalidade. “A Prefeitura (de Santo André) precisa ver com bons olhos, porque precisamos deste apoio. Se depender só da vontade do atleta, não evolui”, disse. “O Equador banca toda a equipe, a Venezuela, também. Na Europa, o esporte é profissional. Tudo é custeado pelo governo.”

Apesar dos percalços, assegura que não vai desistir. “A esperança, sempre tenho. Torço que esse esporte possa profissionalizar. Precisamos de empresários e até prefeituras que nos ajudem a tornar profissional a modalidade.”


Explosão e força são os segredos


O powerlifting é um esporte com três exercícios de levantamento de peso: o agachamento, o supino e o levantamento de terra. O objetivo é atingir o maior peso em cada etapa. Os atletas têm três chances para executar os exercícios e são três juízes que fazem a avaliação dos movimentos.

O esporte é diferente do levantamento olímpico, com trabalhos específicos. “A gente trabalha bem a explosão, são treinamentos diferentes, mas os dois precisam de força e da explosão”, explicou Lazaro Barbosa da Silva.

Ele também destacou quais são as partes do corpo exigidas. “O agachamento trabalha perna e lombar, o supino, peitoral, ombro e tríceps. O agachamento de terra também utiliza a parte lombar e a perna”, destacou.

Segundo ele, o powerlifting dificilmente traz lesões aos praticantes. Ele revelou que nunca teve problema em sua carreira, assim como outros atletas.

“Pode trazer até uma contusão, mas é muito difícil. Estou há mais de 25 anos e nunca sofri nenhuma. Desde que realize o movimento adequado, não há problema.”

Para quem ficou com vontade de começar a praticar o powerlifting, Lazaro deu a dica. “Precisa treinar de oito meses a um ano, com pessoas que conheçam, e com disciplina. E, principalmente, tem que gostar.”
 




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