Esportes Titulo Santo André
Quarentão sonha em
voltar ao Ramalhão

Goleiro Hiran, 42 anos, segue na ativa no Espírito Santo e fala em retornar ao clube

Por Thiago Bassan
Do Diário do Grande ABC
13/05/2013 | 07:04
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Um dos maiores goleiros do Brasil (literalmente) tem o sonho de voltar a vestir a camisa do Santo André. Hiran Spagnol, no alto de seus 2,01 m, quer retornar ao Ramalhão em breve. E para isso, cogita até mesmo receber salário menor do que ganha atualmente no Colatina, time da Segunda Divisão do Espírito Santo.

"Gostaria muito de voltar ao Santo André. Tive uma passagem ótima pelo clube. Aceitaria até um salário menor para retornar. Queria ajudar de alguma maneira para que o clube volte à Primeira Divisão do Campeonato Paulista", destacou o veterano jogador.

Aos 42 anos, Hiran, que ganhou a alcunha de goleiro-artilheiro, minimiza o fator idade, dizendo viver o melhor momento de sua carreira - sofreu 18 gols em 12 jogos na atual disputa da Segundona do Capixaba. A meta do arqueiro é chegar aos 44 jogando, recorde que pertence ao ex-goleiro Manga.

A passagem de Hiran pelo Santo André foi marcada por um fato inusitado. O jogador marcou um gol de cabeça atuando pelo clube, contra o Juventus, no dia 6 de junho de 1999 pelo Campeonato Paulista da Série A-2 daquele ano. Na ocasião, o Ramalhão perdia a partida por 1 a 0, quando, após cobrança de escanteio, o goleiro gigante subiu mais que toda a defesa adversária para empatar a partida.

A festa tomou conta das arquibancadas do Brunão. E dos jogadores também. Eufóricos, os atletas comemoravam junto com Hiran, quando o árbitro autorizou o reinício da partida. Então, o atacante Adil, do Moleque Travesso, arriscou do meio de campo. E marcou um golaço, antes mesmo de Hiran retornar à sua meta, colocando o time da Capital novamente em vantagem, por 2 a 1. Hiran se isenta de culpa no lance.

"Estava comemorando bastante, afinal era o gol de empate e de goleiro, coisa que poucos conseguem. Não posso ficar no meio campo impedindo o adversário de repor a bola em jogo", defendeu-se.

Segundo Hiran, o fator primordial para que as coisas dessem certo durante aquele período no Ramalhão era a união entre jogadores, diretoria e investidor. "Todo mundo queria se ajudar, ir para um time maior. Era objetivo de alcançar coisas maiores na carreira e víamos no Santo André uma ponte. Todos conversavam sobre isso. Não tinha nada para reclamar, o Sérgio do Prado (então diretor de futebol) cuidava de tudo, e a Coop (ex-patrocinadora) não deixava faltar nada em termos de alimentação, enfim, tudo era muito bom."

Arqueiro reclama da falta de ousadia dos jovens da posição

Na opinião de Hiran, os goleiros que estão em destaque no futebol brasileiro não têm a mesma ambição que os arqueiros de tempos atrás, como ele próprio. Segundo o experiente defensor, poucos têm coragem de partir ao ataque quando o time está atrás no placar, como fez Lauro (ex-Ponte Preta, que marcou de cabeça contra o Flamengo).

"Falta atitude hoje em dia. Se o time esta perdendo de 2 a 1 e tem escanteio a favor, você não tem nada a perder. Muito pelo contrário, o time vai ganhar um jogador dentro da área. Falta também coragem aos goleiros. Ir para a área sempre me ajudou. Até mesmo pela minha estatura. Em Belém do Pará, quando jogava pelo Remo sofri um pênalti no clássico contra o Paysandu, em um lance no fim da partida", relembrou.

GUINNESS

Com os dois gols que marcou de cabeça na carreira, Hiran sonha em entrar para o Guinness Book, o livro dos recordes. "Acho que fui o único goleiro da história que tenha feito isso. Nunca ouvi falar de ninguém. Tenho um historiador que está requerendo isso junto ao Guinness Book para que reconheçam e possam incorporar meu nome na lista", concluiu.





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