O representante do segmento dos trabalhadores no Conselho Municipal de Saúde de São Bernardo, Nelson Nisenbaum, denunciou quarta-feira que o quadro clínico do Pronto-Socorro Central da cidade poderá ser reduzido já nos primeiros dias sob a gestão da Fundação do ABC. O novo modelo, programado para ser implantado na próxima semana, foi aprovado pelos conselheiros em reunião, mas Nisembaum questiona a validade do encontro e da chancela. Ele apresentou o caso ao Ministério Público, ao Ministério da Saúde e o fará no âmbito do Tribunal de Justiça do Estado. Isso porque a reunião teria sido convocada sem a antecedência devida e em desacordo com o regimento do Conselho, que prevê sessões de discussão anteriores.

Agora, o médico Nisembaum afirma que a Fundação não conseguirá manter, de início, o corpo de cerca de 150 médicos atualmente em exercício no PS. Pela proposta, a partir do primeiro dia da nova gestão, eles serão transferidos aos poucos para outras unidades de saúde da cidade. “Soube que não estão conseguindo contratar novos profissionais devido, à carência de profissionais na região. Pesam também questões como salários e condições de trabalho”.

Prefeito – Questionado pela reportagem quarta-feira, o prefeito William Dib não quis comentar o detalhe de que o “novo PS” já começaria com número de médicos reduzido em relação à gestão atual, ou seja, com menos de 150 profissionais. “À 0h de segunda-feira, a administração do PS passa para a Fundação do ABC. E os médicos sairão de uma só vez (diferentemente da proposta da transferência gradativa). Vai ter médicos suficientes. Porque se os médicos da Prefeitura estivessem trabalhando, eu não faria isso”, disparou. O presidente da Fundação do ABC, Homero Nepomuceno Duarte, não foi encontrado quarta-feira à tarde para comentar o caso.