O julgamento do ex-ditador iraquiano Saddam Hussein e seis colaboradores, acusados de genocídio pela repressão à população curda em 1987 e 1988, recomeçou nesta terça-feira em Bagdá com o depoimento de um curdo que relatou a tragédia.
Durante o início da audiência, a quinta no Alto Tribunal Penal iraquiano que julga os sete co-acusados por terem ordenado e colocado em prática as campanhas de repressão Anfal, o curdo descreveu um ataque de 1988 contra sua cidade e o desaparecimento de sua mãe e irmãs.
As estimativas são de que até 180 mil pessoas morreram na região do Curdistão, norte do Iraque, entre 1987 e 1988, durante estas campanhas.
No depoimento, Ghafur Hassan Abdallah relatou que após a queda do regime de Saddam, em 2003, foram encontrados os documentos de identidade de sua família em um ossário de Mossul. Ghafur Abdallah não escondeu a alegria de ver o ex-ditador sentado no banco dos réus. "Felicidades Saddam, você hoje está atrás das grades", disse.
Os sete co-acusados estavam presentes na sala do tribunal, incluindo Ali Hassan al-Majid, conhecido como Ali Químico por seu papel nos bombardeios químicos de áreas civis.
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