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Poucas esperanças de encontrar vida em planetas de outros sistemas solares
Por Do Diário do Grande ABC
10/01/1999 | 16:47
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Os astrônomos continuam descobrindo planetas ao redor das estrelas de nossa galáxia, mas as esperanças de encontrar corpos celestes semelhantes à Terra, que acolham formas de vida, parecem se esvaziar.

Depois do entusiasmo causado há três anos com a descoberta dos primeiros planetas externos a nosso sistema solar, vários especialistas reconhecidos sugeriram na semana passada, em um conselho, na Sociedade Americana de Astronomia (AAS), em Austin (Texas), que nada permite imaginar a existência de outro ``planeta azul'.

``Esta conclusao dá um golpe duro na busca de vida inteligência fora de nossa galáxia', comentou Geoffrey Marcy, um dos principais caçadores de planetas nos Estados Unidos, na Universidade de Sao Francisco (Califórnia).

Estes anos de pesquisas galácticas causaram mudanças radicais na astronomia, pois permitiram detectar ``vários planetas que giram em torno de estrelas similares ao sol', segundo William Cochran, da Universidade do Texas, em Austin. Agora, ficou estabelecido que os planetas nao sao uma curiosidade limitada a nosso próprio sistema solar.

A equipe de Marcy, extremamente produtiva, anunciou sábado ter detectado dois sistemas com um corpo gasoso gigante similar a Júpiter.

Desde que dois astrônomos suíços do observatório de Genebra deram parte pela primeira vez de uma descoberta similar ao redor da estrela 51-Pegasi, ao final de 1995, já se conhece a existência de 17 planetas.

Mas, as novas paisagens galácticas, esboçados graças à ajuda de poderosos telescópios, trazem dados que diminuem as esperanças dos que acreditam em alguma forma de vida extraterrestre.

Primeiro, porque estes corpos celestes sao colossos com um peso dez vezes superior ao de Júpiter, cuja órbita transcorre, além disso, muito perto de seus sóis incandescentes.

A gravidade exercida por massa semelhante ``pode literalmente varrer planetas como a Terra e esvaziar estes sistemas solares de qualquer outro objeto similar', comentou Marcy.

Há ainda outras razoes que esfriaram o entusiasmo inicial. ``Estamos percebendo que a maioria destes 'Júpiter' descrevem órbitas elípticas e nao circulares, como no nosso sistema solar', continuou Marcy, ao informar seus últimos cálculos.

Estas características questionaram as certezas dos cientistas sobre a formaçao dos planetas. ``Objetos com tanta massa nao puderam se formar tao perto de suas estrelas e assim, tiveram que se formar mais longe e irem se aproximando', especula Cochran.

No entanto, a esperança de encontrar algum dia planetas com as características da nossa Terra a um punhado de anos-luz teima em nao ser definitivamente enterrada.

``A má notícia é que estes 'Júpiter' perturbam planetas como a Terra, mas a boa é que 95% das estrelas (da nossa galáxia) nao têm (planetas tao gigantescos) em órbitas próximas', destacou Marcy.

Além disso, os exploradores da Via Láctea contarao com instrumentos como o futuro telescópio espacial da nova generaçao (NGST), previsto para o ano 2007, e que contará com técnicas de observaçao que deverao levar à maturidade esta nova especialidade da astronomia.




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