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‘Merecemos projeto arrojado’, diz presidente da Lyra de Mauá
Everaldo Fioravante e Nelson Albuquerque
Do Diário do Grande ABC
26/12/2004 | 14:55
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Mauá merece um projeto musical arrojado. Quem sugere este benefício à cidade é o maestro Carlos Binder, presidente da premiada Banda Marcial Lyra de Mauá. A idéia é descentralizar o ensino da música e atender ao maior número de jovens possível entre os cerca de 398 mil habitantes do município.

Levar as aulas até os bairros resolveria uma das principais dificuldades existentes no dia-a-dia da banda. Grande parte dos meninos não dispõe de dinheiro para se locomover até a sede do conjunto, que fica na área central. Diante do obstáculo, muitos desistem.

Binder entende que ir ao encontro dos garotos também “potencializará a cultura dentro dos bairros”. A proposta é agregar canto coral e outras vertentes musicais, além do já existente trabalho de bandas de percussão, realizado em parceria com as comunidades de samba da cidade.

“Há cerca de oito anos, a banda tenta uma parceria com a Prefeitura para a descentralização do ensino de música na cidade. A Lyra ofereceria monitores e professores. O município arcaria com o espaço e demais custos. Infelizmente ainda não tivemos sucesso”, diz o maestro.

Campeonatos – Para motivar a participação dos jovens seriam realizados campeonatos e concursos entre os núcleos. “A competição é o que motiva”, afirma Binder. O possível local também já está escolhido: a avenida Portugal, “uma pista maravilhosa, com ótimas condições para abrigar campeonatos”, segundo o maestro.

Entrar em disputa por troféu é uma especialidade do conjunto mauaense. Só este ano a Lyra conquistou seu nono título nacional e o 11º no Estado de São Paulo (sete estaduais e quatro paulistas), além do bi brasileiro da Banda de Percussão e os primeiros lugares nacionais do corpo coreográfico e da baliza Priscila Veiga.

A Lyra atende a cerca de 350 alunos de 10 a 22 anos (70% têm idade entre 10 e 16), oferece aulas gratuitamente e fornece o uniforme e os instrumentos. A banda uniformizada contém 180 membros.

A Prefeitura ajuda ao fornecer transporte para o grupo participar de todos os campeonatos. Para cada viagem são disponibilizados quatro ônibus e mais um caminhão-baú para levar os instrumentos. Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura, esta ajuda custou cerca de R$ 35 mil em 2004. A banda também recebe da administração municipal uma subvenção anual de R$ 50 mil (este ano recebida na última quinta-feira, dia 23) para manutenção dos instrumentos e da sede.

Ainda assim a verba não é suficiente para cobrir os 12 meses. A Lyra conta com R$ 6 mil mensais vindos do apoio de empresas privadas: Coop e o escritório contábil Eficaz, ambos de Santo André, Qualicorp Consultoria, de São Paulo, e Lara Comércio, de Mauá. Apresentações com cachês e aluguel da sede para eventos são outras formas de rendimento.

Em junho deste ano, a Lyra de Mauá completou 70 anos de atividade ininterrupta. Não fez grandes comemorações.



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