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Região teve cinco casos de dengue por dia em 2019

Ao todo, foram 1.758 ocorrências, número 22 vezes maior do que o registrado em 2018

Flávia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
03/01/2020 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


A região encerrou 2019 com 1.758 casos de dengue, o equivalente a cinco por dia, além de dois óbitos. O número é 2.152,56%, ou 22 vezes, maior do que o observado em 2018, quando 78 pessoas foram diagnosticadas e nenhuma morreu em decorrência da doença. Conforme especialistas, este é um dos principais problemas de saúde pública da atualidade e a falta de campanhas efetivas agrava o cenário.

Patrícia Montanheiro, biomédica e coordenadora do Laboratório de Análises Clínicas da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), observa que as campanhas de conscientização não funcionam porque são feitas apenas durante o verão, quando o Aedes Aegypti, mosquito vetor da doença, já está proliferado. “As pessoas acabam esquecendo de fazer a lição de casa em relação ao acúmulo de água”, adiciona. Exemplo é ação de conscientização do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, denominada Todos Juntos Contra a Dengue, que foi anunciada em 26 de novembro e terminou em 7 de dezembro.

A falta de ações educativas somada à repercussão do surto de sarampo também podem ter contribuído para o aumento dos casos de dengue, uma vez que o foco das pessoas acaba mudando e a prevenção de outras doenças, ficando em segundo plano.

Consultor da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), Antonio Bandeira lembra que, atualmente, não há um município brasileiro sem a presença no mosquito vetor. Uma das soluções seria suprir a falta de saneamento básico, reduzindo o número de criadouros ativos. “Também sofremos com a falta da avaliação final que aprovaria a vacina desenvolvida pelo Instituto Butantã e a ausência de estratégias de combate, como os mosquitos transgênicos”, completa.

Segundo o Ministério da Saúde, o aumento do número de casos pode ser explicado por associação de fatores, tais como alto volume de chuvas e de altas temperaturas, além do grande número de pessoas suscetíveis, já que, nos anos anteriores, houve baixa ocorrência da enfermidade em toda a América.

Circulam no Brasil quatro tipos de vírus causadores da dengue. A pessoa infectada por um deles não fica imune aos demais. Os sintomas são os mesmos para todas as variedades: febre, dor de cabeça, dor nos olhos, dor nas costas, manchas no corpo e, mais raramente, pequenas hemorragias na boca, urina ou nariz.

As prefeituras garantem que realizam ações educativas em unidades de saúde, escolas e espaços públicos. Além disso, promovem a capacitação de agentes de saúde para orientar munícipes e visitam locais com possíveis criadouros do mosquito. 




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