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Novo seccional tem 47 anos de polícia
Por Fabiana Chiachiri
Do Diário do Grande ABC
13/04/2009 | 07:03
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Ricardo Trida/DGABC


Paulo Fernando Fortunato, 67 anos, é o novo delegado seccional de Diadema. Ele assumiu, na última segunda-feira, a cadeira deixada por Ivaney Caires de Souza, que ficou na região pouco mais de dez meses e foi transferido para o Deic (Departamento de Investigações Criminais).

Fortunato está na Polícia Civil há 47 anos, mas nunca trabalhou no Grande ABC. Foi escrivão por dez anos e depois prestou concurso para ser delegado. Em seu currículo possui passagens por várias delegacias do interior do Estado, Litoral e Capital, entre elas Denarc (Departamento de Investigações sobre Narcóticos), Deic e Anti-Sequestro. Tem cursos de especialização no Japão, EUA, Canadá, França, Itália e Alemanha, além de ter estudado na Escola Superior de Guerra, em 1994, e ter se preparado para funções de alto nível.

Ao Diário, ele fala sobre como agirá para combater o crime organizado em Diadema, suas prioridades e como será o relacionamento com a Polícia Militar.

DIÁRIO - Qual foi a trajetória do senhor dentro da Polícia Civil?
PAULO FERNANDO FORTUNATO -
Entrei na polícia em 1961. Fui escrivão por dez anos e sou delegado há 37. Em agosto completo 38 anos de carreira. Como delegado passei por várias unidades policiais. Conheço o Estado de ponta a ponta. Trabalhei em várias unidades especializadas, como entorpecentes e crime organizado. Em 2001, voltei para o Deic como assistente do diretor. Depois desempenhei algumas funções no Dird (Departamento de Identificação e Registro Diversos). A última cadeira que assumi foi a seccional de Carapicuíba, onde fiquei por sete meses.

DIÁRIO - Durante sua carreira, qual caso que mais lhe chamou atenção?
FORTUNATO -
Os assassinatos do Parque dos Paturis, em Carapicuíba. Esse foi o caso de maior repercussão nos últimos tempos. Foram 13 assassinatos no parque contra homossexuais. Consegui aglutinar os inquéritos e, tendo em vista que os crimes tinham ocorrido havia muito tempo, me concentrei no último. Localizei uma testemunha ocular e provei que o autor era um sargento reformado da Polícia Militar. O inquérito foi concluído com provas precisas. A Justiça aceitou a denúncia e ele está sendo processado pelo homicídio praticado. Só que a Justiça não decretou a prisão preventiva, então está respondendo em liberdade.

DIÁRIO - Mas foi o que mais lhe marcou?
FORTUNATO
- Não. Teve outro crime que esclareci em 1974. Foi um latrocínio simulado no bairro Perdizes. Um advogado criminalista matou a noiva e tentou encobrir o crime. Provei quem foi o autor do homicídio. Ele foi julgado e condenado. Ficou preso na antiga Casa de Detenção, mas fugiu. Recebi a informação de que um de seus irmãos havia falecido. Fui à missa de sétimo dia e consegui recapturá-lo.

DIÁRIO - Como o senhor encarou a mudança para Diadema?
FORTUNATO
- Trata-se de uma reformulação administrativa. O diretor do Demacro (Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo), Élson Alexandre Sayão, me convidou para assumir Diadema porque para o meu lugar foi designado o ex-diretor do Deic (Youssef Abou Chain). Não conhecia a cidade, só pelos noticiários. Sei que já foi uma região com alto índice de criminalidade. Depois, conseguiram baixar. Pretendo continuar esse trabalho. Estou conhecendo os delegados e os demais funcionários. Perdi alguns delegados que foram removidos para outras equipes e o doutor Ricardo Jean Maluf (que faleceu na última segunda-feira).

DIÁRIO - Quais serão suas prioridades?
FORTUNATO -
Recebi a informação de que os índices criminais estão satisfatórios. Pretendo mantê-los no mesmo patamar. Tomarei todas as medidas necessárias para que isso ocorra. Basicamente é isso.

DIÁRIO - Como combater o tráfico de drogas na cidade?
FORTUNATO
- Lamentavelmente, tivemos o assassinato do delegado que era titular da Dise (delegacia especializada em entorpecentes). Ele tinha experiência nesse campo e estava desenvolvendo um bom trabalho. Tenho de procurar vários entendimentos com o poder judiciário e Ministério Público para tomar pé da situação. Só assim conseguirei desenvolver os trabalhos.

DIÁRIO - Quando os delegados vierem para completar a seccional haverá mudança nas delegacias especializadas?
FORTUNATO
- Em primeiro lugar preciso conhecer todos que estão aqui. Sei que alguns delegados estão há muito tempo e são conhecedores da área. Vou procurar saber as necessidades e prioridades para depois fazer modificações. Em princípio não pretendo fazer modificação. Se houver necessidade, farei quantas mudanças forem necessárias.

DIÁRIO - Como combater o crime organizado?
FORTUNATO
- Para combater o crime organizado precisamos de dados do setor de inteligência da polícia, que são informações e recursos tecnológicos modernos. Sobretudo, temos de andar de mãos dadas com juízes e promotores. À medida as investigações avançam, o acompanhamento da área judiciária é bastante importante. É por aí o caminho.

DIÁRIO - Como será o relacionamento com a PM?
FORTUNATO
- O relacionamento é bastante satisfatório. Inclusive, no próximo dia 16, está programada uma reunião de trabalho com os comandantes para que haja análise da estatística criminal. Assim, terei um panorama geral da situação para programar operações em conjunto. Tenho certeza que desenvolveremos um bom trabalho.




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