Decifrar o homem contemporâneo é uma missão que reserva várias surpresas. Uma delas é que hoje o sexo masculino mostra sinais de superação da crise de identidade na qual foi envolvido nos anos 1960, como resultado dos movimentos de emancipação feminina. Ao longo de quatro décadas, eles paulatinamente perderam espaço de um lado e ganharam de outro. O nivelamento entre os sexos está longe, mas é visível a sua chegada, principalmente quando flagramos os homens dedicados às atividades domésticas. Educar não é mais direito ou obrigação exclusiva das mulheres. Hoje eles estão mais próximos dos filhos, com os quais não se limitam a jogar bola, mas a conviver desde a troca das fraldas. O apresentador Ronnie Von conta que lavar e passar não interfere na virilidade. O jornalista Britto Jr. é outro que decreta: "O mundo é unissex". Prova de que está certo é o crescimento do consumo masculino de cosméticos e a gradativa busca por cuidados estéticos, seja a limpeza de pele, seja a cirurgia plástica.

O tema sexualidade fica sob a lente de aumento na entrevista da conceituada psiquiatra Carmita Abdo. Ela desmitifica afirmações, como a de que desempenho é sinônimo de masculinidade.

Pesquisas de respeitáveis instituições foram destacadas. Nelas se aponta que os homens projetam, sem ranço chauvinista, que em 20 anos as mulheres estarão ainda mais independentes. Por outro lado, é registrado o fato de que o sexo masculino é mortalmente atingido pela violência urbana em decorrência da manutenção de hábitos machistas. Este foi um dos inúmeros temas de bate-papo revelador realizado com 11 homens. Há, também, pontos de vista de mulheres, entre as quais, Hortência. Elas falam sobre mudanças de comportamento, que ainda ganha enfoque em um questionário destinado a detectar a quantas anda a postura do sexo masculino diante da mulher.