Há 30 anos, cinco nomes do Grande ABC debateram Constituição, entre eles Lula, preso
Cinco figuras do Grande ABC estiveram, há 30 anos, na lista de deputados que confeccionaram a Constituição Federal. Três décadas depois, um deles morreu, três se afastaram da política e um está preso condenado por corrupção.
No dia 5 de outubro de 1988, entre os 512 parlamentares na Câmara Federal estavam José Mendes Botelho (PTB), de Santo André, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Felipe Cheidde (MDB) e Tito Costa (MDB), os três de São Bernardo, e José Carlos Grecco (eleito pelo MDB, depois migrou para o PSDB), de Mauá.
Desse rol, Lula foi contra diversos trechos da Constituição Federal, mas assinou a Carta Magna, assim como Botelho, Tito e Grecco. Cheidde, por sua vez, foi um dos dois únicos deputados a se ausentarem na rubrica da lei máxima do País – além dele, Mário Bouchardet (PMDB-MG).
Em março de 2001, Mendes Botelho morreu, aos 58 anos. Presidente do Sindicato dos Ferroviários do Estado de São Paulo, o petebista havia cumprido mandato de vereador em Santo André e três de deputado federal, deixando a Casa em 1995. Seis anos depois, veio a óbito após beber copo d’água – dias depois a Polícia Civil concluiu que o sindicalista foi envenenado com cianeto.
Da listagem, disparado, quem teve mais êxito na política foi Lula. No ano seguinte à promulgação da Constituição, se lançou pela primeira vez como candidato a presidente da República e foi derrotado por Fernando Collor. O petista concorreu ao cargo máximo do País também em 1994 e 1998 antes de, em 2002, vencer a corrida presidencial.
Lula foi reeleito em 2006 e emplacou sua sucessora, Dilma Rousseff (PT), em 2010 e 2014. Porém, se tornou alvo da Operação Lava Jato, que apurou desvio de dinheiro em governos petistas. Hoje, está preso em Curitiba, condenado a 12 anos de prisão no caso do triplex do Guarujá.
Ex-prefeito de São Bernardo, Tito voltou à cidade entre 1993 e 1996 para ser vice-prefeito no mandato de Walter Demarchi. Concorreu ao Paço em 1996, mas perdeu para Mauricio Soares. Optou por focar no seu trabalho fora da política: é advogado especialista em Direito Eleitoral. A um dia de completar 96 anos, mantém rotina na profissão.
Grecco se elegeu prefeito de Mauá em 1992 e projetava ser líder da tradicional família mauaense. Depois da experiência como chefe do Executivo, entretanto, saiu de cena e retornou ao ramo de transporte. Aos 69 anos, ainda atua nos bastidores, mas nunca mais disputou cargo eletivo.
Figura polêmica da política regional, Cheidde teve mandato cassado em 1989 – ficou lembrado pelas constantes faltas nas sessões, algo que sempre refutou. Tentou voltar à Câmara por duas vezes, sem sucesso, e decidiu focar no EC São Bernardo, um dos times de futebol da cidade – que hoje é dirigido por seu filho, Felipe Cheidde Júnior. Hoje tem 82 anos.
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