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Visita expõe conflitos sobre obra prevista na Praça Castelo Branco

Integrantes de conselhos de Defesa do Meio Ambiente e do Patrimônio questionam intervenções programadas pela Prefeitura de Diadema

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
23/08/2018 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


 Representantes do Condema (Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente de Diadema), do Condepad (Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio Histórico, Documental, Artístico e Cultural de Diadema) e da Prefeitura de Diadema realizaram, na manhã ontem, vistoria na Praça Castelo Branco, no Centro, com o objetivo de dirimir as dúvidas sobre a reforma que a administração planeja fazer no local. A atividade teve momentos de tensão e discussão e expôs o descontentamento em relação às intervenções previstas. O grupo de conselheiros alega que não foi consultado sobre a obra. A Prefeitura nega a falta de diálogo.

O principal ponto de discórdia é a remoção de árvores cujos galhos encostam na rede elétrica e causam, em dias de chuva, queda de energia nos comércios localizados no entorno da praça. Segundo técnicos da Prefeitura, seriam retiradas seis espécimes, em área onde está prevista a construção de bolsão de estacionamento. “Nosso entendimento é o de que não deve ser removida nenhuma árvore, nem que seja para replantar em outro local”, afirmou o representante do MDV (Movimento em Defesa da Vida do Grande ABC) no Condema, Claudio Milz, 48 anos.

Já a representante da ACE (Associação Comercial e Empresarial de Diadema) no Condema, Vanda Pereira, 45, entende que a retirada das árvores poderia ser compensada. “A gente não pode ser radical e pensar com o coração, precisamos nos ater às questões técnicas”, opinou.

Milz sugeriu que os fios fossem enterrados, mas a ideia foi descartada pelo secretário de Serviços e Obras, José Marcelo Marques, devido ao custo.

Outro ponto de divergência é o piso. A praça, inaugurada em 1965 pelo ex-prefeito Lauro Michels, tio-avô do atual prefeito Lauro Michels (PV), passou por reforma em 1989 (na gestão de José Augusto da Silva Ramos, então no PT) e recebeu mosaico português, uma das marcas do espaço. No entanto, a administração alega que o solo é de difícil manutenção e, por isso, pretende trocá-lo por um piso liso. O Condepad contesta a intervenção. “Queremos um projeto que detalhe o que será revitalizado”, afirmou o conselheiro João Paulo de Oliveira, 65.

A praça também demandará revitalização do sistema de drenagem. “A Sabesp vai fazer a parte do esgoto e a gente vai trocar as tubulações antigas”, afirmou o secretário. A intervenção custará R$ 2 milhões.

A administração prevê ainda a reordenação do mobiliário da praça (bancas de jornais e barracas do projeto de Economia Solidária) e a transferência de sete palmeiras, que serão replantadas na própria praça, para o acesso dos veículos às vagas de estacionamento. “Estamos construindo o projeto em conjunto com o Condema, com o Condepad, com a sociedade”, destacou a secretária de Meio Ambiente e presidente do Condema, Tatiana Capel.

Ao fim da vistoria, ficou acertado que os representantes da sociedade civil vão produzir relatórios sobre a visita e que, posteriormente, será marcada reunião entre as partes, ainda sem data definida.

 




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