Política Titulo Apuração
Operação Prato Feito, da PF, mira a Sama

Após prisão de Atila, policiais voltam a Mauá para apurar denúncia em licitação atrelada à investigação

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
28/07/2018 | 07:00
Compartilhar notícia
André Henriques/DGABC


A PF (Polícia Federal) voltou a Mauá no início da tarde de ontem para investigar fraudes em licitações, segundo apurou o Diário. A instituição esteve na sede da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) para colher depoimentos no âmbito da Operação Prato Feito, que em maio culminou com a prisão do prefeito eleito Atila Jacomussi (PSB), afastado do cargo.

Policiais chegaram à superintendência da autarquia por volta do meio-dia e permaneceram no local por aproximadamente 40 minutos. De acordo com informações da Sama, “a intervenção policial consistiu em entrevistas com funcionários da autarquia, que prontamente prestaram todas as informações devidas e se colocaram à disposição para qualquer esclarecimento”.

A nota oficial enviada pela Sama à imprensa veio acompanhada da reprodução de documento timbrado da PF intitulado “termo de entrevista”, que relata o que a PF foi buscar na empresa municipal. “A equipe de policiais federais chegou à Sama e, na presença de testemunhas, passou a entrevistar as pessoas que se encontravam no local e nos seus arredores, indagando-as sobre os fatos em apuração.”<EM>

O Diário confirmou que a PF apenas realizou entrevistas na Sama e que não promoveu buscas e apreensões nem prisões. A PF informou que não se tratou de operação propriamente dita, mas somente apuração devido a denúncias de fraudes em processo licitatório. Porém, ratificou que a diligência está atrelada à Prato Feito.

Nem Sama ou PF deram detalhes de qual concorrência pública é investigada. A ala ligada ao prefeito afastado atribuiu o fato exclusivamente ao governo interino de Alaíde Damo (MDB) e que ida da PF à Sama ocorreu para apurar supostas irregularidades em certame realizado recentemente para contratação de veículos leves.

O retorno dos policiais federais a Mauá causou turbulência entre os políticos locais. As diligências feitas na Sama ocorreram quase três meses depois de a PF desembarcar na cidade para desarmar esquema de desvios e fraudes em contratos de merenda e material escolares. Em 9 de maio, a PF esteve na casa de Atila, de seu aliado João Gaspar (PCdoB), então secretário de Governo e de Transportes, e no próprio Paço de Mauá para cumprir mandados de busca e apreensão de documentos. Na ocasião, encontrou dinheiro vivo guardados na casa dos dois e prendeu a dupla em flagrante. Na residência do prefeito, a PF encontrou R$ 87 mil armazenados em panelas na cozinha. Já na do secretário, foram achados R$ 588,4 mil, além de 3.000 euros em espécie.

Após mais de um mês na prisão, Atila e Gaspar foram soltos por força de habeas corpus concedido pelo ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Ambos alegam inocência. O processo segue sob sigilo.
(Colaborou Caroline Garcia) 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;