Setecidades Titulo Segurança
GCM da região reduz índice de casos apresentados aos distritos policiais

Volume de ocorrências que culminaram na abertura de BOs caiu 2,96% entre 2015 e 2017

Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
17/07/2018 | 07:00
Compartilhar notícia
Denis Maciel/DGABC


 Equipes da GCM (Guarda Civil Municipal) que atuam em seis municípios da região – com exceção de Rio Grande da Serra, que não dispõe do serviço – reduziram nos últimos três anos em 2,96% o volume de ocorrências atendidas pela corporação e que, posteriormente, foram encaminhadas aos DPs (Distritos Policiais) espalhados pelo Grande ABC.

Segundo levantamento elaborado pela Conferência Nacional das Guardas Municipais do Brasil, com base em dados fornecidos pela SSP (Secretaria da Segurança Pública), no ano passado, 1.997 chamados acolhidos por guardas-civis municipais culminaram na abertura de BOs (Boletins de Ocorrência), índice inferior aos 2.058 casos registrados em 2015.

A queda também é observada na somatória de indicadores apresentados por 225 municípios do Estado, onde a queda atingiu 25,65%. Passou de 56.296 para 41.858 no período.

Baseado em boletins de ocorrência divulgados em estatísticas da SSP, o estudo mostra que somente São Bernardo e São Caetano conseguiram ampliar o volume de ocorrências apresentadas aos distritos policiais na região no período analisado.

No caso de São Bernardo, o volume saltou de 611 para 661, ou seja, cresceu 8,18%. São Caetano, por sua vez, aumentou o indicador em 40% – subiu de 276 para 387.

Todos os outros municípios da região, segundo o relatório, apresentaram queda no volume de casos atendidos pela corporação e que culminaram na abertura de boletim de ocorrência.

Alvo de constantes críticas em virtude do sucateamento da corporação, Mauá registrou queda de 42%, a maior na região. No período medido, o índice de casos caiu de 333 para 190.

Santo André recuou em 8,84% (passou de 475 para 433). Ainda aparecem no levantamento Diadema, com redução de 2,97% (de 202 para 196) e, por fim, Ribeirão Pires, com queda de 19,25% (de 161 para 130).

De acordo com o presidente licenciado da Conferência Nacional das Guardas Municipais do Brasil, Oséias Francisco da Silva, o índice reflete o cenário de precarização da corporação em municípios do Grande ABC. Em abril, o Diário mostrou que a corporação de cidades da região dispõe de poucos recursos financeiros e sobrevive graças ao reaproveitamento de materiais sucateados.

“No Grande ABC vivemos um cenário muito complicado, com defasagem de salário, em alguns casos muito baixo, como em Ribeirão Pires, além da falta de materiais. Mauá, por exemplo, chegou a ficar sem colete para seus agentes e também viaturas no ano passado. Isso desanima”, avalia.

Responsável pelo estudo, Oséias, no entanto, destaca que em alguns casos a queda pode ter tido relação direta com a redução de indicadores criminais. “Porém, isso não anula a dificuldade enfrentada por agentes que atuam na GCM”, alega.

Segundo o especialista, prefeituras têm tido dificuldades de dar a devida atenção às corporações. “Vale lembrar que o governo federal aprovou, em agosto de 2014, lei onde diz que guardas municipais passam a ter poder de polícia durante a atuação no combate à criminalidade, dando direito a esses profissionais a portar arma de fogo, e mantém incumbência de proteção à vida e ao patrimônio público. Portanto, a corporação tem contribuído, e muito, para o trabalho de Segurança e prevenção na região, mas falta investimento ainda”, destaca.


Prefeituras prometem reforçar o quadro da corporação nos próximos meses

 

Prefeituras do Grande ABC prometem para os próximos meses reforçar o quadro de funcionários da GCM (Guarda Civil Municipal).

Em São Bernardo, a expectativa é que 100 vagas sejam preenchidas nos próximos meses. Além disso, o município destaca a entrega de 50 viaturas e 100 pistolas Taurus semiautomáticas à corporação.

No caso de Ribeirão Pires, a Prefeitura diz que deve adquirir mais três viaturas para a corporação. O município cita ainda a aquisição de 260 uniformes, 40 pistolas 380, 1.560 munições calibre 38, além da doação de dois cães para o canil e três armas calibre 12, entre outras ações.

Em Santo André, o município cita a importância da corporação na participação do Comitê Integrado de Segurança, que realizou 325 operações policiais na cidade, em 85 bairros, o que possibilitou a queda de 25% nas estatísticas de roubos, furtos e outros delitos.

Mauá, por sua vez, afirma que os investimentos destinados à Segurança também renderam resultado, como ingresso de novos guardas, aquisição de fardamento completo, cursos de tiro e de aperfeiçoamento profissional e patrulhamento digital (com auxílio de monitoramento por 180 câmeras de vídeo espalhadas pela cidade).

 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;