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Rakitic quer dar o troco na França

Volante espera ‘tirar o sono’ do rival após a final deste domingo e exalta confiança da seleção croata

Dérek Bittencourt
14/07/2018 | 07:00
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DARKO BANDIC/ASSOCIATED PRESS


A expectativa do lado xadrez da final da Copa do Mundo da Rússia está em alta. Os croatas estão definitivamente confiantes de que podem vencer a França na decisão deste domingo, às 12h, em Moscou e, assim, pôr fim ao trauma deixado pelos Bleus na semifinal do Mundial de 1998, quando venceram a Croácia por 2 a 0.

O volante Rakitic destacou a força do adversário, mas admitiu que ele e os companheiros farão de tudo para levar o troféu ao seu país. “Eles venceram em 1998 e os parabenizamos. Queremos fazer o mesmo neste domingo. Respeitamos o time da França, mas este é um jogo diferente. Temos que levar o título para a Croácia”, disse Rakitic. “A França é um time sério, tem jogadores fantásticos em todas as posições. Teremos de jogar o melhor que pudermos, será uma luta, mas nosso desejo é enorme. Espero que eles não durmam bem depois da final”, emendou o volante.

Nascido na Suíça, mas filho de croatas, Rakitic exaltou o orgulho na escolha que fez em defender a seleção xadrez. “Acho que não há sentimento melhor do que ser croata. Quando eu decidi jogar pela Croácia, eu tinha sonhos. Eu queria jogar uma final de um grande campeonato a cada dois anos. E chegar aqui é a realização de um sonho”, revelou.

Questionado por ter ultrapassado a marca de 70 jogos disputados na temporada (pela seleção e pelo Barcelona), o volante rechaçou qualquer tipo de cansaço. “Não há problema, tenho excesso de energia. Vai ser um jogo histórico, não apenas para os 40 e tantos jogadores, mas para todo o mundo. Vamos carregar um ao outro, vamos ter a energia, porque sabemos que é o maior jogo das nossas vidas. Nós vamos atuar com a cabeça erguida e fazer de tudo para ganhar”, declarou.

A Croácia venceu as três partidas mata-mata da Copa na prorrogação, ou seja, jogou 90 minutos a mais que a França.

Descendente destaca amor à camisa

Se os jogadores da Croácia estão empolgados com a presença da seleção em uma final de Copa do Mundo, os torcedores estão tanto quanto. País independente da Iugoslávia há apenas 27 anos, disputou seu primeiro Mundial em 1998 – quando chegou ao surpreendente terceiro lugar com Davor Suker e companhia. Major da Polícia Militar com 20 anos de atuação no Grande ABC e atualmente trabalhando na Capital, Robinson Castropil é neto de croata e cidadão do país europeu. Neste domingo estará na Sada (Sociedade Amigos da Dalmácia), na Mooca, para acompanhar o jogo contra a França, bastante confiante no título xadrez.

“A equipe da França deve ser respeitada, meu palpite é que a Croácia vai ser campeã nos pênaltis. É grande oportunidade que espero que aproveitemos. Alguns jogadores não participarão da próxima Copa, estamos na entressafra”, disse o major, que garantiu não estar surpreso com a campanha croata. “Acompanho os jogos da seleção na Eurocopa, Eliminatórias e Mundial, e sempre acreditei que a Croácia poderia surpreender dada a qualidade de seus jogadores”, emendou Castropil, que torce pelo Hajduk Split, clube hexacampeão croata – inclusive o primeiro campeão nacional, em 1992 – e que fica na região de origem da sua família.

O major ainda exaltou os pontos fortes da equipe croata, com uma pequena alfinetada à Seleção Brasileira. “Gostei muito da atuação, vibrante como o time todo. Além das qualidades naturais de cada jogador, demonstra raça e amor à camisa, porém com bastante humildade. Você não vê dancinhas nem deboches ao adversário. A seleção croata está dando uma lição para todos nós.”

Hoje, as referências são Modric, Rakitic, Perisic e Mandzukic, mas há um jogador que, ironias à parte, é sinônimo desta atual seleção: o zagueiro Vida. “É um dos que mais têm se destacado, mas aparece pouco por ser um dos defensores”, afirmou Castropil, que é fã do ex-capitão croata Darijo Srna (atualmente no Cagliari, da Itália), de quem tem uma camisa da seleção e a veste nos jogos.
Além da Sada, outro local para acompanhar o jogo será a Comunidade Croata Sacra Paulistana, no Jabaquara. DB


Griezmann ironiza Courtois e diz que troca Bola de Ouro por Copa

O atacante Antoine Griezmann demonstrou nesta sexta-feira que não está sentindo qualquer tipo de pressão para disputar a final da Copa do Mundo contra a Croácia, no Estádio Lujniki, às 12h deste domingo. Na última entrevista coletiva da França em Istra, o jogador trocou a costumeira cara fechada dos craques às vésperas de jogos decisivos e deu show de simpatia e bom humor.

De forma espirituosa, ele rebateu as críticas do goleiro belga Courtois, que chamou de “estilo defensivo” o jogo da França na semifinal entre as seleções. “Não, não, Courtois tem que parar com isso. Ele jogou no Atlético e foi campeão espanhol. Ele joga no Chelsea. Ele acha o quê, que joga no Barcelona? (risos)”, ironizou o atleta, que parece não se deixar seduzir por objetivos pessoais.

Depois das eliminações precoces de Cristiano Ronaldo e Messi nas oitavas de final, e da onda universal de chacota sobre as encenações de Neymar, há quem pense que a Bola de Ouro, entregue há dez anos ao português ou ao argentino, e que tinha o brasileiro como favorito na sucessão, está sem dono. Com isso, o título mundial poderá ter muito peso. Modric, se a Croácia vencer, ou Griezmann e Mbappé, caso a França seja bicampeã, podem disputar o posto. O camisa 10, porém, não quer pensar no prêmio.

“Se ganharmos, com ou sem Bola de Ouro, não me importo nem um pouco. Quero ganhar a Copa do Mundo e farei tudo em campo para conseguir”, falou o jogador, que ainda fez questão de enaltecer sua motivação extra para conquistar o Mundial, depois de dois vice-campeonatos na carreira. Ele foi derrotado na final da Eurocopa por Portugal, no qual foi artilheiro, com seis gols, e na Liga dos Campeões pelo Real Madrid. Ambas decepções ocorreram em 2016.

“Joguei essas duas finais e perdi as duas. A terceira não é possível. Fiz uma boa partida na final da Liga Europa (conquistada pelo Atlético contra o Olympique de Marselha, neste ano) e espero fazer de novo”, afirmou o francês de 27 anos. (das Agências)

Fanático, francês confia em título

Mesmo não tendo o Brasil, a final da Copa do Mundo contará com torcida especial no Grande ABC. Isso porque o fanático francês Mathieu Claudel, 34, natural de Estrasburgo, mas residente em Santo André, vê no confronto diante da Croácia semelhanças com o título de 1998 e chance única para seu país voltar ao topo mundial.

“Sempre gostei de futebol e torci muito há 20 anos, na conquista diante do Brasil. Agora estou acompanhando de novo e vou apoiar muito. Temos time jovem, que joga bem junto, temos Mbappé, que todos nós sabíamos que tinha potencial para despontar nesta Copa. O time joga tranquilo. É claro que a partida contra a Croácia não vai ser fácil, mas tenho certeza que a França vai ganhar. Estou confiante”, disse ele, que assistirá à partida em Serra Negra, uma vez que aproveitará a final do Mundial da Rússia para fazer sua despedida do Brasil, já que vai retornar à Europa na quarta-feira.

“Estou em Santo André desde 2009. Vim com a minha mulher e me tornei professor da Aliança Francesa do Grande ABC. Depois virei diretor também, mas acho que chegou a hora de voltar para minha natureza. Tenho filho pequeno e quero que ele siga minhas raízes”, falou Mathieu, que se formou em Educação Física na França.

O professor, que tem o craque Zidane como ídolo, principalmente pelo título de 1998, acredita que a decepção na Eurocopa de 2016 já foi esquecida pela população, que está bem confiante no título mundial, já que muitos lugares estão sendo preparados no país para as pessoas poderem assistir à final.

Em contato com franceses, aliás, Mathieu disse que o maior medo dos amigos era justamente enfrentar o Brasil em uma possível semifinal. “Eles sempre colocavam o Brasil como o maior favorito, tanto que quando foi eliminado todos ficaram aliviados e viram as chances da França aumentarem. Praticamente foi uma confirmação do nosso título”, completou. João Victor Romoli
 




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