Política Titulo Operação Prato Feito
Preso há um mês, Atila ainda espera habeas corpus

Prefeito afastado de Mauá foi detido no dia 9 de maio, no âmbito de operação da Polícia Federal

Humberto Domiciano
Do Diário do Grande ABC
09/06/2018 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Ainda sem perspectivas de ser solto, o prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), completa hoje um mês de prisão. Detido durante a Operação Prato Feito, que investiga fraudes na merenda escolar, o chefe do Executivo ainda vive a expectativa de um habeas corpus, que está na mesa do ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), desde o dia 21. Durante a ação da PF (Polícia Federal), o ex-secretário de Governo João Gaspar (PCdoB) também foi preso.

O principal ponto que surge é a dúvida sobre o tempo de afastamento de Atila do comando da Prefeitura. Segundo a LOM (Lei Orgânica do Município), o chefe do Executivo só pode se ausentar do cargo por 30 dias, prazo que vence hoje. Por outro lado, pessoas ligadas ao grupo político do socialista defendem que novo pedido de 15 dias de afastamento ainda poderia ser apresentado, sem que o político corresse o risco de perder o posto.

Durante o mês de maio, a Câmara rejeitou dois pedidos de impeachment apresentados contra Atila. O primeiro registrado pelo diretório municipal do PT e, o segundo, defendido pelo partido Rede.

Ao longo dos últimos 30 dias, a configuração do poder em Mauá também teve alterações substanciais. A primeira foi a posse da vice-prefeita Alaíde Damo (MDB), que assumiu o comando do governo no dia 15 de maio.

Desde então, Alaíde procedeu mudanças no primeiro escalão, como as nomeações de seu sobrinho Antônio Carlos de Lima (PRTB), na Secretaria de Governo, da sua sobrinha Denise Debartolo, titular da Pasta de Educação, e ainda de Cássia Cogueto na Secretaria de Relações Institucionais.

O processo de desligamentos, por outro lado, atingiu o grupo do ex-genro de Alaíde, o ex-secretário de Obras e pré-candidato a deputado federal pelo PDT José Carlos Orosco Júnior. Ao longo do mês de maio foram nove demissões, entre elas a do advogado Gilberto João de Oliveira, que sucedeu Orosco no comando da Secretaria de Obras, e a do pai do político, José Carlos Orosco Roman.

Ainda foram demitidos Adriana da Silva Moura (assessora de gabinete na Secretaria de Obras), Samara Tavares Estrangeira (assistente de políticas públicas de Obras), Estrela Regina Magalhães (assessor de gabinete na Secretaria de Educação), Mário Marcos Xavier (chefe de núcleo na Educação), Marcelo da Silva Brito (diretor de divisão na Educação), Almack Motta Cirqueira Júnior (assistente da Educação) e Manoel Pedro Amorim, conhecido como Mané Borracheiro (gerente da Secretaria de Obras).

Atila Jacomussi e João Gaspar são acusados de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Na casa do prefeito, a PF encontrou R$ 87 mil em dinheiro vivo, guardados no armário da cozinha. Já na residência do ex-secretário foram encontrados R$ 588,4 mil, além de quase 3.000 euros. Gaspar protocolou nesta semana um habeas corpus no TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região, pedido esse que não foi analisado até o fechamento desta edição. 




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