Política Titulo Paço mauaense
Alaíde está preparada para assumir, diz Leonel Damo

Ex-prefeito de Mauá reforça apoio a Atila, mas garante que sua mulher pode chefiar o Paço

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
12/05/2018 | 07:00
Compartilhar notícia
Nario Barbosa/DGABC


Patriarca da família que governou Mauá por duas gestões, o ex-prefeito de Mauá Leonel Damo (sem partido) defendeu, ao Diário, que a própria mulher, a vice-prefeita Alaíde Damo (MDB), 68 anos, assuma a Prefeitura com a ausência do prefeito Atila Jacomussi (PSB), que ontem viu sua prisão em flagrante ser transformada em preventiva (leia mais abaixo).

Atila e seu secretário de Governo e de Transportes, João Gaspar (PCdoB), foram pegos pela PF (Polícia Federal) com dinheiro vivo em casa. O chefe do Executivo guardava R$ 87 mil e o secretário, R$ 588 mil, em envelopes, malas e armários – tudo foi filmado e divulgado pela PF. A dupla passou ontem a terceira noite consecutiva na carceragem da PF, na Lapa, Zona Oeste da Capital.

Ao mesmo tempo em que reforçou solidariedade a Atila, Damo garantiu que Alaíde tem competência para sentar na cadeira de prefeita. “É lógico que ela (Alaíde) está preparada para assumir (o Paço). Ela não vai (trabalhar) na Prefeitura (como vice-prefeita), mas ela acompanha o serviço. Ela é minha esposa e também acompanhou meu trabalho enquanto fui prefeito”, assegurou Leonel, que chefiou o Paço mauaense duas vezes: de 1983 a 1988 e do fim de 2005 a 2008.

O ex-prefeito evitou dizer se concorda ou não com a prisão de Atila e como enxerga possível envolvimento de Atila e de João Gaspar, tido como homem forte do governo socialista, no esquema de desvio de dinheiro e fraudes em licitações de merenda e material escolares. “Eu vou ser sincero. Eu não gostaria de falar sobre isso. Sou amigo do Atila. Minha mulher e eu queremos que ele faça um grande governo. Espero a decisão da Justiça (para poder tomar alguma posição). O que for decidido pela Justiça, eu acato. Fora dela, eu não acato”, ponderou o tradicional político.

O Diário mostrou ontem que os vereadores ainda estavam em compasso de espera para tomar qualquer decisão sobre os rumos do governo mauaense. Nos corredores da Câmara, porém, a avaliação já era a de que a chance de Alaíde ser empossada prefeita estava cada vez mais evidente, já que a cadeira política mais importante da cidade está vaga e a Constituição Federal e a LOM (Lei Orgânica do Município) estabelecem a necessidade de substituição, seguindo a linha sucessória.

A forma como essa substituição vai ser feita ainda não está clara nem definida na cabeça dos parlamentares. Vereadores ouvidos pelo Diário relataram várias alternativas para isso, entre elas o afastamento de Atila ser provocado pela própria Justiça por meio de uma decisão expressa ao Legislativo.

Ao Diário, o presidente da Câmara, Admir Jacomussi (PRP), pai de Atila, afirmou que nada vai ser decidido até que se tenha um resultado do recurso a ser impetrado hoje cedo pela defesa do prefeito. “Vamos esperar para ver o que acontece primeiro. Acredito muito na possibilidade de conseguirmos (o habeas corpus). Se caso não for concedido, segunda-feira vamos ver o que fazer. Se ela (Alaíde) entender que ela deve assumir, é um direito que ela tem”, explicou Jacó, como é conhecido, com a voz embargada. O parlamentar estava no segundo andar do Paço quando recebeu a notícia de que o filho passará mais uma noite na carceragem. “Nossa Senhora Aparecida!”

Jacó, que completa 70 anos daqui a quatro meses, disse que recebeu ligação de Leonel Damo, mas que o ex-prefeito – de quem já foi secretário de Obras – não tratou “em hipótese alguma” sobre a sucessão. “Ele me perguntou como eu estava e como estava minha saúde.” 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;