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Crami lança projeto para apadrinhar crianças em situação de acolhimento

Moradores com mais de 25 anos podem participar; intuito é estabelecer laços de afeto

Por Juliana Stern
Especial para o Diário
19/01/2018 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


 O Crami (Centro Regional de Atenção aos Maus-Tratos na Infância do Grande ABC) lançará o projeto Apadrinhamento Afetivo, que busca possibilitar laços de afeto entre moradores da região e crianças e adolescentes em situação de acolhimento e vítimas de violência. A apresentação do projeto será amanhã, por meio de palestra, aberta ao público, na sede da entidade, em Santo André.

O programa inicialmente abrangerá apenas o município de Santo André, mas há expectativa de ser expandido. O Apadrinhamento Afetivo beneficiará menores, a partir dos 10 anos. instalados em casas de acolhimento com possibilidades remotas de adoção e quase nenhuma perspectiva de retorno ao convívio familiar. O objetivo é dar autonomia e fortalecer essas pessoas para a vida adulta. Atualmente, 102 crianças e adolescentes estão aptos a participar do projeto. A meta é que pelo menos 30% deles sejam atendidos.

“Muitos saem das casas de acolhimento sem profissão, sem qualificação, sem vínculo nenhum. Pensamos em um projeto que possa trazer tudo isso para eles, por meio de pessoas que possam ser referência”, diz a psicóloga e coordenadora técnica do Crami, Ligia Maria Vezzaro Caravieri.

Para montar os critérios do programa, a equipe do Crami tomou como referência diretrizes nacionais sobre o acolhimento de crianças e adolescentes vulneráveis, além de visitar outras entidades que realizam iniciativas de apadrinhamento pelo Brasil, como é o caso do Grupo Aconchego, de Brasília. “Começamos nos baseando nos artigos do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) que tratam de acolhimento, e a partir daí buscamos aprender com outros projetos, como o de Brasília”, diz a psicóloga.

Voluntários a padrinhos ou madrinhas devem ter mais de 25 anos, não estar no cadastro de adoção e passar por três encontros de preparação com profissionais da entidade. Outra obrigatoriedade é ter disponibilidade para, no mínimo,dois encontros mensais com o apadrinhado. De acordo com a assistente social e coordenadora institucional da entidade, Melissa Terron, o importante durante a preparação é deixar claro como se dará a relação padrinho/afilhado. “O que falta a eles (apadrinhados) é uma relação de valor humano, o poder contar com alguém. Queremos trabalhar essa participação na vida das crianças, em festas de escola, aniversários”, destaca a assistente social.

As coordenadoras ressaltam que as crianças e adolescentes também serão preparados para receber os padrinhos. “Eles têm de entender que o padrinho ou madrinha não é um pai ou mãe que vai adotar, trazer presente. É alguém em quem depositar confiança e recorrer em alguma necessidade”, explica Melissa.




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