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Anos 1960. São Caetano ferve. Evolui
Por Ademir Medici
10/01/2018 | 07:00
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Atenção, acadêmicos de São Caetano. Hoje é dia de cumprimentar Milton Martins pelo dia do seu aniversário. Morando e trabalhando no Interior, o advogado e jornalista Milton Martins não deixa de estar muito ligado à cidade em que chegou criança de tudo, vindo de São Paulo.

Para o aniversariante do dia, São Caetano, na década de 1960, era uma cidade pulsante, uma referência cultural e estudantil no ABC, que se transformava em Grande ABC. “Tive dias maravilhosos tanto na vida estudantil, cultural e na intensa atuação na imprensa local”, escreve Milton Martins, numa troca de e-mails com a Memória.

Uma das perguntas que formulamos a ele foi, ao mesmo tempo, direta e reflexiva: o que foi e o que significou o Centro Acadêmico? A resposta, com certeza, bate com o pensamento da maioria dos acadêmicos que se reúnem periodicamente sob a batuta do coordenador Carmelo Conti:

A turma constituiu-se num aprendizado para mim. A maioria dos integrantes do Centro Acadêmico tinha raízes no Instituto de Educação Bonifacio de Carvalho. Depois, estudaram nas melhores universidades e até hoje se reúnem mensalmente, mais de 50 anos depois daqueles dias esplendorosos.

Só quem viveu é que sabe o que significou a década de 1960 para essa juventude estudantil de São Caetano. Hoje, menos que dias saudosos, podemos dizer que foram dias de evolução.


Milton Martins

Nascimento: São Paulo, 10-1-1944

Filiação: Dario Martins e Concilia Martins

São Caetano: a chegada em 1950

Histórico escolar: Grupo Escolar Senador Flaquer, bairro Fundação; Colégio Estadual Amaral Wagner; Instituto de Educação Coronel Bonifácio de Carvalho (curso Clássico); Faculdade de Direito da PUC-SP

Histórico profissional: predominantemente em multinacionais na área de relações trabalhistas; mais tarde como advogado empresarial e gerente na área de RH.

Mulher: Ana Rosa

Filhos: Milton, Otávio, Gisele, Silvio e Eduardo.

Netos: Susana, Caio, Vinicius, Yarin e Sofie (gêmeas), Lucah, Heitor e Lya

LEMBRANÇAS

No Grupo Escolar Senador Flaquer, a emoção do diretor em informar aos alunos sobre o suicídio de Getúlio Vargas em 24 de agosto de 1954. Para alegria da meninada, as aulas foram suspensas.

A sede do Centro Acadêmico ficava nos baixos do antigo Cine Vitória. O debate informal era ali, incluindo o bar. Os contatos de Milton Martins com os acadêmicos eram ‘assustadores’. Algo assim:</CW>

Como disse Sartre...

Como disse Bertrand Russel...

Como disse Marcuse...

Ficava intimidado, silencioso. Um aprendizado. Buscavam seus integrantes, como eu próprio buscava na presidência do Grêmio 28 de Julho, em 1965, realizações esportivas, políticas e sociais apenas pelo prazer de realizar. Um idealismo à flor da pele.

E São Caetano? Milton Martins afirma que a sua formação, o básico da vida, se deu em São Caetano. Ele chegou a assistir à inauguração do Viaduto dos Autonomistas na primeira metade da década de 1950 pelo prefeito Anacleto Campanella.

Anos depois...

No segundo mandato do prefeito Campanella, por programação de jornal da cidade – Tribuna de São Caetano – me encorajei, numa tarde de sol, em chegar ao gabinete do prefeito para uma mal programada entrevista.

Sou bem recebido. Minutos depois, sou conduzido ao gabinete. O prefeito me encara com aquele seu jeito irreverente. Olhando para os papéis, responde algumas perguntas, levanta-se impaciente daquela mesa meio arredondada de trabalho, sai apressado e me ordena: – Venha comigo.

Saímos do prédio da Prefeitura. No estacionamento, ele abre a porta do carro, manda que eu entre e segue nos rumos de Santo André.

Paramos no próspero Diário do Grande ABC e ali ele me apresentou para o diretor de Redação, Fausto Polesi. Escrevi para o Diário por algum tempo. Perdi o pique pela minha insegurança.

Longe há anos de São Caetano, a presença de Anacleto Campanella se dá com o seu nome no estádio municipal.

Tinha que homenagear Campanella tantos anos depois. Um gesto de apreço ou de ternura. O que incomoda é que tudo passou de repente, numa velocidade... da vida.

O ESCRITOR

Milton Martins é autor do livro Sindicalismo e Relações Trabalhistas, escrito entre a década de 1980 e 1990, já em quarta edição.

Para entender os aspectos políticos do sindicalismo, cheguei a assistir a assembleia no Estádio da Vila Euclides na década de 1980.

O documentário Linha de Montagem, com música de Chico Buarque, assisti no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo. Eram tempos de empolgação num clima autêntico. Hoje, o que dizer daqueles líderes?

Seu livro mais recente é o Joana d’Art. Nesta obra, o autor coloca muitos aspectos autobiográficos e também a ficção que se refere à personagem Joana, que muda de personalidade ao conhecer a vida de Joana d’Arc.


E HOJE

Milton Martins continua advogando, com escritório próprio, mas com compromissos mais moderados.

Acho que estou me tornando ledor inveterado. Nestas últimas décadas, resido em Piracicaba e também em Águas de São Pedro. Não há como negar a qualidade de vida acima da média que se desfruta nessas cidades.

ONTEM

Baile do Pinguim promovido pelo Grêmio 28 de Julho em 1965. Local: Palácio do Mármore do Moinho São Jorge, em Santo André: em pé, Carmelo Conti, o segundo da direita para a esquerda, Milton Martins e, mais à esquerda, Gutildes Yeda Feijão. Nesse baile foram homenageadas as dez personalidades de destaque de São Caetano naquele ano; na foto menos nítida, Milton Martins ao microfone, ao lado de Carlos Neves (locutor da Rádio Cacique), professor José Teixeira Gonçalves, diretor do IE Bonifácio de Carvalho, e Gutildes Yeda Feijão

Santos do Dia

Guilherme de Bourges

Aldo

Gregório X

Nicanor

Em 10 de janeiro de...

1917 – O Tiro de Guerra nº 34, com matriz no 

distrito de Santo André, município de São Bernardo, mantinha sucursal em 

São Paulo, à Rua Almirante Barroso, 175.

A guerra. Do noticiário 

do Estadão: reabertura 

das negociações de 

paz em Brest-Litovsk (Europa Oriental).

Diário há 30 anos

Domingo, 10 de janeiro de 1988 – ano 30, edição 6646

Manchete – Sob pressão de credores, País volta a renegociar dívida externa</CF>

Memória – Com o filme Aquele Beijo à Meia-Noite era inaugurado o Cine Tangará, em Santo André. Data: 6 de setembro de 1950.

Municípios Brasileiros

Celebram aniversários em 10 de janeiro:

Em Tocantins, Aliança do Tocantins

Em Minas Gerais, Matutina

Na Paraíba, São José do Sabugi

Em Pernambuco, São Lourenço da Mata

Fonte: IBGE




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