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Construção de alça de acesso é adiada

Anel viário que promete ligar Ribeirão Pires ao Trecho Leste do Rodoanel não tem mais previsão para ser erguido; prazo era até dezembro

Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
19/12/2017 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


 Anunciada há dois anos pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), a construção de outra alça de acesso ao Trecho Leste do Rodoanel Mário Covas, desta vez na divisa de Ribeirão Pires com Suzano, novamente foi adiada, agora sem qualquer expectativa de início das obras.

Previsto para ocorrer no segundo semestre deste ano, o início das intervenções esbarra em burocracias na negociação entre Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo) e SPMar, concessionária responsável pelos trechos Leste e Sul do anel viário.

Orçado em R$ 160 milhões, o projeto, segundo a Artesp, está em fase de discussões finais. Nesta parte do processo, questões administrativas, econômicas e jurídicas têm sido discutidas pela agência e por representantes da SPMar “com vistas a formalizar o aditivo contratual necessário” para a execução da obra, uma vez que a alça de acesso não estava prevista no contrato inicial de concessão da rodovia.

A medida, segundo o órgão, visa encontrar “as melhores condições possíveis para a instalação da via, considerando o interesse público”. Porém, a discussão tem se arrastado desde fevereiro, quando à época, a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) emitiu licença de instalação necessária para que a concessionária SPMar iniciasse a construção da alça.

Após o anúncio, a própria Artesp chegou a projetar o início das obras para ocorrer até o fim de 2017. No entanto, nesta semana, questionada pelo Diário sobre o atraso do início da obra, a agência sequer deu prazo para erguer a alça de acesso. Por meio de nota, limitou-se a dizer que a via ainda não foi executada, “pois não integra as obrigações contratuais originais da concessão”, o que obriga o Estado a dialogar com a SPMar.

A concessionária SPMar, por sua vez, não retornou aos contatos da equipe do Diário sobre o assunto até o fechamento desta edição.

 

PREJUÍZO

Na avaliação do especialista em políticas públicas da FGV/Eaesp, Alexandre Akio Motonaga, o atraso na execução do projeto tem impacto socioeconômico direto para finanças de municípios do Grande ABC. “Ter uma rodovia do porte do Rodoanel é sinônimo de investimento para qualquer cidade, mas no caso de Ribeirão Pires, por exemplo, é ainda mais importante para a captação de tributos, geração de empregos e recolhimento de impostos. Com o atraso, o resultado é um só: perda de investidores e dificuldades orçamentárias”, destaca.

A interligação, que será erguida na Estrada dos Fernandes, na divisa entre Ribeirão Pires e Suzano, além de impulsionar o setor econômico das duas cidades, prevê beneficiar outros 1,4 milhão de habitantes de municípios vizinhos.

 

Obra pública tem expectativa de gerar 900 empregos diretos na região

Responsável pela construção da alça de acesso ao Trecho Leste do Rodoanel Mário Covas, na divisa de Ribeirão Pires com Suzano, a SPMar – concessionária que cuida da rodovia – projeta a geração de 900 empregos diretos durante a execução do empreendimento.

A expectativa da concessionária é a de que, num período de instabilidade da economia brasileira, o complexo de interligação do Rodoanel com a Estrada dos Fernandes garanta crescimento sustentável para diversas cidades do Grande ABC.

A construção da alça viária consiste em complexo composto por duas pistas (uma em cada sentido), com duas faixas de rolamento cada, com cerca de 2,4 quilômetros de extensão, seis viadutos e um quilômetro de vias marginais.

Dois desses viadutos serão erguidos no entroncamento com o Trecho Leste do Rodoanel, na altura do km 104, em Suzano, próximo à divisa com Ribeirão Pires, assim como a marginal. Outros dois elevados vão ser erguidos para transpor a Estrada do Moreira e os dois últimos, na Estrada dos Fernandes.




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