O Banco dos Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) iniciou ontem a prospecção no Grande ABC para buscar projetos de desenvolvimento sustentável e infraestrutura capazes de serem financiados com recursos da instituição financeira internacional.

Assessor da vice-presidência de estratégia, parcerias e riscos do NDB (Novo Banco de Desenvolvimento, na sigla em inglês), Couto Silva esteve em Santo André, com o prefeito Paulo Serra (PSDB), em São Caetano, com o prefeito José Auricchio Júnior (PSDB), e em Mauá, com o chefe do Executivo, Atila Jacomussi (PSB), para apresentar as linhas de financiamento do banco e coletar projetos municipais que podem se encaixar no conceito da entidade.

“Viemos explorar projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável que os municípios tenham em seu portfólio para que o banco possa financiar. Esses municípios têm boa capacidade de pagamento e boa situação fiscal”, ressaltou Couto em visita ao Diário. Ele percorreu as prefeituras da região ao lado do deputado federal Alex Manente (PPS) e de Thiago Auricchio, assessor do popular-socialista e filho do prefeito de São Caetano.

Como o Diário mostrou em novembro, o Banco dos Brics iniciou plano de oferta de recursos a juros baixos para fomentar obras em regiões que necessitem de avanços de infraestrutura. Para o Brasil são estimados US$ 800 milhões – ou R$ 2,6 bilhões – para intervenções de grande porte.

“Não foi minha primeira passagem pelo Grande ABC, mas foi minha primeira vez em Santo André. Um aspecto relevante é como a gente passa por um município e vai para outro sem saber ao certo quando isso aconteceu. É região muito conurbada. Isso ressalta a importância do Consórcio Intermunicipal, onde a busca por soluções integradas faz sentido”, afirmou Couto.

Apesar dos elogios ao Consórcio, o representante do Banco dos Brics alertou que não será possível, neste primeiro momento, efetivar parceria diretamente com a entidade por questões burocráticas. No mês passado, Alex encaminhou ofício à instituição solicitando reunião para tratar das linhas de financiamento do banco.

“O Consórcio Intermunicipal é ferramenta de gestão interessante e importante para uma região como o Grande ABC. Mas como a gente fala de financiamento externo, a possibilidade de o Consórcio ser mutuário de financiamento é inédita. Isso poderia demandar passos burocráticos que retardariam o processo. Só que isso não impede (a parceria). É o que a gente justamente está fazendo: o banco trabalhando com municípios que fazem parte do Consórcio e que beneficiem o consórcio como um todo.”