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Grande ABC registra média de 40 quedas de raio por dia

Foram observadas 12.242 ocorrências de janeiro a outubro deste ano, informou o Elat

Por Matheus Angioleto
Especial para o Diário
31/10/2017 | 07:00
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Fotos Públicas/Divulgação


 O Grande ABC registrou média de 40,5 casos diários de queda de raios entre janeiro e outubro. Conforme os dados do Elat (Grupo de Eletricidade Atmosférica), do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), foram 12.242 ocorrências no período, número 45,36% maior do que o observado no mesmo intervalo de 2016. O problema é gerado por inúmeros fatores, entre eles o crescimento populacional e, como consequência, a substituição da vegetação pelo asfalto.

São Bernardo é a líder da estatística regional, com 6.432 casos neste ano, o correspondente a 33,6 raios por dia. O número é 72,35% maior do que o observado no mesmo período do ano passado. Santo André aparece na sequência, com 2.738 ocorrências, aumento de 39,84% em relação a 2016 (veja mais na arte ao lado).

Coordenador do Elat, Osmar Pinto Junior destaca que os números da região são influenciados pela supressão vegetal, e, consequentemente, aumento de prédios e vias asfaltadas. Soma-se a isso o fato de haver grande concentração de veículos e, com isso, emissão mais elevada de gás carbônico, o que resulta no aumento local da temperatura. Dessa forma, o fenômeno denominado ‘ilha de calor’ faz com que o ar quente e úmido seja jogado à atmosfera e ocasione tempestades com raios.

“O cenário mostra que daqui 30 anos a incidência de raios pode aumentar em até 80%”, destaca Junior. O alerta do especialista, então, fica para a necessidade de se reduzir a amissão de poluentes na atmosfera.
Para a meteorologista do Inmet Helena Balbino, o Grande ABC sofre ainda influência da topografia – que promove levantamento das nuvens que formam os raios e trovões – para que tenha, historicamente, registros elevados de queda de raios. “Pedimos para as pessoas evitarem lugares que tenham muitas pontas, como hastes de bandeiras e locais altos. Em lugar descampado, a melhor solução é ficar de cócoras. Caso esteja em casa, é melhor fechar as janelas. Também não é recomendado ficar perto de água salgada e embaixo de árvores altas”, afirma.

No período entre 2016 e 2017, não houve registro de mortes pelo problema entre as sete cidades. O último caso ocorreu em 2012, quando Guilherme Ferraz Romanha, 11 anos, morreu após ter sido atingido por um raio enquanto jogava bola com amigos no Estádio Municipal Vereador Valentino Redivo, na Vila Gomes, em Ribeirão Pires.




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