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Procissão dos carroceiros atrai quase 4.000 fiéis

Travessia de Nossa Senhora da Boa Viagem, em S.Bernardo, celebra 300 anos da evangelização na região

Por Tauana Marin
04/09/2017 | 07:06
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Claudinei Plaza/DGABC


 Entre cantigas, orações e mensagens de fé, 3.800 fiéis – 2.000 em caminhada, 1.800 sob cavalos e charretes, além daqueles que acompanharam de carro, moto e de bicicleta – participaram ontem da procissão de Nossa Senhora de Boa Viagem, tradicional festa católica que acontece todos os anos em São Bernardo. Também conhecida como procissão dos carroceiros, a festividade atrai também romeiros de todo o Estado.

Neste ano, em especial, os fiéis celebraram os 300 anos de evangelização no Grande ABC, já que em 1717 foi iniciada a construção da primeira capela em louvor a São Bernardo, pelos beneditinos. De acordo com o padre Giuseppe Bortolato, que conduziu a procissão, também comemora-se os 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida e os 100 anos da aparição de Nossa Senhora de Fátima.

Em trajeto de aproximadamente seis quilômetros, com início às 9h30 e término às 12h30, os fiéis saíram da antiga Borda do Campo, hoje Paróquia Nossa Senhora de Fátima, na Vila Marlene, e caminharam até a Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem – Basílica Menor, conhecida como Matriz, no Centro da cidade. Durante a procissão, foi feita uma pausa e colocada uma placa no local da sede da Fazenda São Bernardo, na Avenida Senador Vergueiro, espaço atualmente ocupado por um supermercado Carrefour.

O prefeito Orlando Morando (PSDB) também participou e andou a cavalo durante todo o percurso, com a presença dos filhos Orlandinho e Antonella, da mãe, dona Catarina, e da sogra, dona Marta. “Venho há pelo menos 20 anos nessa romaria. Sou católico praticante e adoro andar a cavalo. Por isso, todos os anos eu participo. É motivo de muita emoção para todos os religiosos da cidade.”

Entre os romeiros estava Maria Edvirges da Silva, 67 anos. A doméstica, que participa há dez anos da festividade, tinha brilho especial nos olhos. “Estive muito doente, período em que deixei de andar. E graças à minha fé em Nossa Senhora hoje estou aqui. Estou grata por estar acompanhada de meu neto Igor Henrique, de 11 anos”. Há 35 anos essa data é festejada de perto pelo advogado Adão Fernandes da Luz, 66, frequentador da paróquia e participante ativo da comunidade. “Tive muitas graças alcançadas e fico grato à Nossa Senhora de Boa Viagem.”

Outro devoto que faz questão de participar todos os anos é o historiador da cidade Luiz João Marotti, 85, que há 66 anos participa da caminhada, levando em sua bicicleta a imagem de Nossa Senhora Aparecida. “Essa festa é a alegria da minha vida.”

Há também aqueles que participaram pela primeira vez do evento. É o caso da arquiteta Neide de Almeida, 53. “Sou munícipe e sempre observei de casa, mas neste ano decidi acompanhar. Meu pedido para hoje é pela nossa pátria, pelo mundo e pela tolerância.”

Após a procissão, durante toda a tarde de ontem os fiéis acompanharam shows. O evento se encerrou às 19h, missa celebrada pelo bispo da Diocese de Santo André, Dom Pedro Carlos Cipollini.

REVITALIZAÇÃO
Após participar da procissão, Morando seguiu para a entrega da revitalização da Praça Armando Silva, no Jardim Silvina, também conhecida como Praça dos Trabalhadores. A praça-parque foi um dos projetos que contemplam os festejos de aniversário da cidade, no mês passado.

Morando defende sua política habitacional

O prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), defendeu a política habitacional de seu governo e também o decreto que limitou a circulação de materiais de construção na região do pós-balsa. As duas medidas foram alvo de protestos no sábado organizados por políticos da oposição à sua administração.<EM>

Na madrugada de sábado, cerca de 900 integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) ocuparam um terreno particular próximo à Scania, na Rua João Augusto de Souza, no bairro Assunção, em São Bernardo. A atividade foi apoiada, inclusive, pelos deputados estaduais Luiz Turco (PT), de Santo André, e Carlos Neder (PT), da Capital. 

Morando lembrou do pedido de liminar já concedido a favor da MZM Incorporação, dona do terreno ocupado. “Ontem (sábado) foi expedida uma liminar. Nós vamos exigir do proprietário o cumprimento dessa liminar e, no que depender da Prefeitura, daremos o apoio para que possamos ter um crescimento ordenado da cidade, não desta forma. Não é invadindo áreas que fazemos uma cidade crescer de forma ordenada.”

Sobre o protesto na região do pós-balsa, que reuniu o deputado federal Alex Manente (PPS), o vereador Julinho Fuzari (PPS) e o parlamentar Toninho da Lanchonete (PT), Morando voltou a defender as medidas de fiscalização nos bairros Tatetos, Capivari, Santa Cruz, Taquacetuba e Curucutu, pregando preservação ambiental. 

“O que estamos propondo é um congelamento dentro da área para que não continue tendo um crescimento desrodenado, nocivo ao meio ambiente, já que é área de manacial”; O tucano disse ainda que a construção de casas irregulares põe em risco a Represa Billings, que “salvou São Paulo na última crise hídrica”. “Daqui nos exportamos água para outras bacias, então temos uma profunda responsabilidade e lamento aqueles que não tem o mesmo compromisso com o meio ambiente e com a nossa represa.” <TL>




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