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Setor do plástico cresce 10% em 2010
Por Leone Farias
10/01/2011 | 07:09
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Atividade econômica importante no Grande ABC, devido ao grande número de indústrias na região - estima-se que são mais de 500 empresas -, o setor de transformação do plástico (ou seja, os fabricantes de peças e embalagens feitas com essa matéria-prima) ampliou o faturamento em cerca de 10% em 2010 frente a 2009 e deve registrar expansão de mais 6% em 2011, de acordo com a Abiplast (Associação Brasileira da Indústria do Plástico).

O crescimento das vendas, no entanto, disfarça uma realidade de margens de lucro apertadas, como reflexo da crescente concorrência de produtos importados.

No ano que se encerrou, o País importou aproximadamente 600 mil toneladas de produtos plásticos, 30% mais que em 2009, enquanto as exportações (300 mil toneladas) tiveram alta de apenas 7%.

Em valores, as vendas somaram no ano até novembro US$ 1,32 bilhão. Já as aquisições de itens do Exterior totalizaram US$ 2,58 bilhões. Com isso, nos 11 primeiros meses de 2010 o déficit comercial (R$ 1,26 bilhão) superou o de 2009 inteiro (US$ 1 bilhão).

Segundo o presidente da Abiplast, José Ricardo Roriz Coelho, se não houver mudança no câmbio - que tem se valorizado e reduzido a competitividade da indústria nacional - os itens do Exterior devem continuar ganhando espaço no mercado interno. Ele projeta a entrada de 700 mil toneladas em 2011.

Ao mesmo tempo, as vendas da indústria nacional do plástico a outros países, na melhor das hipóteses, ficarão 10% maiores, atingindo a marca de 330 mil toneladas. Com isso, as encomendas voltariam aos patamares de 2008.

Para Roriz Coelho, o cenário é preocupante, já que os juros altos, a elevada carga tributária e o câmbio sobrevalorizado dificultam investimentos na ampliação dos negócios. "O setor tem investido em equipamentos mais para reduzir custos do que para aumentar a produção", avalia.

Há problemas também na compra de matéria-prima, já que a produção de resinas termoplásticas - como polietieno e polipropileno - é dominado por pouquíssimas empresas, o que dificulta a negociação com os fornecedores. "O preço (no Brasil) chega a ser 28% mais caro do que no mercado internacional", afirma o dirigente.

O segmento reúne hoje no País 12,5 mil empresas, que geram juntas cerca de 350 mil postos de trabalho. Se a importações continuarem se acelerando, a tendência, segundo Roriz Coelho, é a exportação de empregos, que serão criados em outros países.




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