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São Bernardo objetiva controlar a verticalização
Havolene Valinhos
do Diário do Grande ABC
10/05/2011 | 07:36
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A Prefeitura de São Bernardo promoveu ontem, na sede da Acisbec (Associação Comercial e Industrial de São Bernardo), com apoio do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), encontro para debater com empresários da cidade a revisão do Plano Diretor, que deve ser enviado à Câmara no segundo semestre.

Mais de 70 empresários do comércio, serviço e indústria compareceram ao evento. Um dos tópicos questionados foi a mudança que está sendo estudada pelo Paço referente à diminuição do índice construtivo. O objetivo do Executivo é estabelecer para áreas industriais outorga onerosa. De acordo com a Prefeitura, a legislação da cidade permite construir até quatro vezes a área do terreno, mas, na maioria das ocasiões, os empreendimentos não passam de dois. Assim, quem quiser construir duas vezes e meia o tamanho do terreno terá de dar contrapartida financeira ao munícipio.

A diretora de Planejamento Urbano, Claúdia Vírginia, explicou que o intuito é controlar a verticalização. Segundo ela, a legislação municipal "é muito permissiva". "O mercado imobiliário não utiliza o índice permitido, com exeções de edifícios bem verticalizados, que utizam índice dois em bairros como Rudge Ramos e Nova Petropólis." Claúdia afirmou que nesse eixo a população é pequena, mas há muitos carros que desestabilizam o trânsito.

Outro ponto recorrente nos questionamentos dos empresários foi a mobilidade urbana. O presidente da Acisbec, Valter Moura, destacou como um sério problema. "O trânsito é gravíssimo. Perde-se tempo para se deslocar principalmente no Centro, Não há lugar para estacionar." Moura sugeriu que sejam construídas garagens verticais (espécie de prédio só de estacionamento).

O diretor titular do Ciesp, o vereador Mauro Miaguti (DEM), disse que é preciso planejar a longo prazo para evitar a saída de mais empresas da cidade. "A maioria das reclamações que chegam no Ciesp é de empresas que tiveram que sair após a construção de edifício residencial ao lado."

O secretário de Planejamento Urbano, Alfredo Luiz Buso, relatou que debates com outros setores da sociedade também foram realizados e que na quinta-feira ainda será ouvido o setor imobiliário.

Divisão - A revisão do Plano Diretor prevê a divisão de áreas e macrozonas, separando até áreas para empresas e residências. Um exemplo será a macrozona urbana consolidada, que virará duas zonas: empresarial restritiva e de usos diversificados. Para encontrar o equilíbrio entre ocupação urbana e desenvolvimento sustentável, uma das ações previstas é a operação urbana consorciada, que permitirá a consolidação de PPPs (Parceria Público Privadas) com construtores que têm interesse em erguer edifícios em áreas valorizadas como Rudge Ramos e Ferrazópolis.




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