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Música traz benefícios no aprendizado e saúde

Além de aprimorar conhecimento, instrumentos ajudam no emocional e na disciplina do aluno

Leonardo Santos
Especial para o Diário
11/09/2016 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


A música ocupa o primeiro lugar entre as sete artes e sempre acompanhou a humanidade. Desde os primórdios, as civilizações utilizam sons, tornando a música um tipo de linguagem, que pode ser transmitida pela voz, instrumentos e outras formas de expressão artística. Atualmente, a definição e a prática musical vão além da questão artística e são encontradas nas mais variadas situações.

Além de passatempo, a música tem se mostrado alternativa para aprimorar conhecimento, ou até mesmo como tratamento. A musicoterapeuta, por exemplo, utiliza som, ritmo, melodia e harmonia para a reabilitação física, mental e social de pacientes com distúrbios de dicção, audição e deficiência mental, auxiliando no aprendizado de crianças e idosos e atuando na área de reabilitação motora.

De acordo com pesquisa (de 2015) da Universidade de Vermont, nos Estados Unidos, estudar música, tanto na teoria quanto na prática, ajuda na concentração, controla a ansiedade e deixa crianças mais disciplinadas e focadas.

Há mais de 60 anos em São Bernardo, o músico Mario Carrer, 84 anos, é proprietário da Academia Musical, que leva seu nome – situada no bairro Rudge Ramos. Carrer afirma que viu várias mudanças positivas nos alunos após a iniciação musical. “São anos lecionando, então digo que estudar música só resulta em benefícios. A persistência é essencial.”

Carrer salienta como a mudança é mais perceptível nas crianças que tocam algum instrumento musical. “A garotada aprende muito rápido e é visível como eles se atentam quando estão tocando. Se a criança demonstrar interesse musical, vale investir nesse lado.”

“Tocar instrumento ajuda na coordenação motora, estimula o raciocínio e a criatividade. Temos alunos idosos que têm pouca visão e audição e a aula prática não deixa de ser um tratamento alternativo”, relata a professora da academia Patricia Ambrosio, 38.

A musicista acompanhou casos de depressão e diz que observou melhora na disposição física e emocional dos alunos. “Aos poucos, podíamos ver a pessoa mais alto-astral e confiante”, comenta Patricia.

Raquel Pirozzi, 50, é professora de canto e conta que as aulas de música melhoram até a articulação das palavras. “Trabalhamos com exercícios com trava-língua. O aluno começa a se ouvir e, principalmente, o que está ao seu redor”, ressalta. “A audição fica aguçada, assim se tem afinação correta, noção de tempo e ritmo.”

Mudanças no comportamento, desempenho, humor e rotina são alguns dos benefícios apontados por estudantes de música. Aos 10 anos, Natália Zanellato (hoje com 21) começou a estudar violão e, atualmente desempregada, usa o instrumento como fonte de renda. “Não é só um hobby, é o que me sustenta”, afirma, “Percebi que conseguia prestar mais atenção em tudo, além da minha coordenação, que melhorou demais.”

Com problemas de dicção, Roberto Alves, 32, melhorou os sintomas. “Sentia vergonha quando tinha que falar em público. Hoje tenho mais confiança. Os exercícios são como terapia. Esquecia dos problemas enquanto cantava,” salienta. 




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