Política Titulo Fábrica de Sal
Saulo recua e volta propor demolição da Fábrica de Sal

Prefeito afirmou que seguirá com a ideia
novamente para apreciação do Legislativo

Vitória Rocha
Especial para o Diário
18/05/2016 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC:


O prefeito de Ribeirão Pires, Saulo Benevides (PMDB), voltou atrás e afirmou que quer construir o shopping no terreno onde está localizada a antiga Fábrica de Sal. O peemedebista revelou que enviará nova proposta antes do pleito de outubro, agora com contrapartida financeira por parte da empresa que investirá no empreendimento.

Na semana passada, o chefe do Executivo determinou a retirada da proposta na Câmara de Ribeirão que autorizava a instalação do centro comercial na área onde está a Fábrica de Sal. À ocasião, a bancada governista na Casa alegou que prazos eleitorais impediam a tramitação desse tipo de matéria.

Segundo o prefeito, a ideia nunca foi doar a área ou demolir a fábrica. “A grande maioria dos vereadores não entende o projeto. São burros. Não está escrito que vamos derrubar a fábrica. Além disso, de graça (a construção) não vai ser, tem de pagar. Tem uma contrapartida de quem ganhar a licitação. Vai ser uma concessão onerosa, paga, então, pode ser feita antes da eleição”, disse.

Trechos do projeto de lei 4/2016 contradizem a afirmação do peemedebista sobre o pagamento do local. A proposta que seguiu para o Legislativo pedia autorização para a Prefeitura “conceder direito real de uso gratuito de área para construção de shopping center” por período de 99 anos, caracterizando-se como concessão não onerosa.

A opção de recuar na discussão havia sido uma orientação de advogados da pré-campanha de Saulo, que alegaram que, por conta de prazos da Justiça Eleitoral, não podem ser efetivadas doações de terrenos públicos seis meses antes da eleição, podendo resultar em punições ao prefeito caso os projetos avançassem. A informação foi confirmada, na semana passada, pelo líder de governo na Casa, Hércules Giarola (PMDB), que afirmou, inclusive, que a Prefeitura teria de arrumar outra forma de construir o shopping.

Durante cinco meses consecutivos de polêmica em torno da proposta houve contestações por parte de moradores, parlamentares e pela sociedade civil organizada porque o local abrigou o primeiro moinho de trigo do Estado de São Paulo. Há, inclusive, análise do Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico), do Estado, que abriu processo de estudo para tombamento da estrutura como patrimônio histórico.

Apesar de a Câmara de Ribeirão ter demonstrado pouco interesse na aprovação do projeto, Saulo afirmou que seguirá com a ideia novamente para o Legislativo. “Estou sendo cobrado pela população, que sentiu que perdeu agora que o shopping não foi construído. Não tem problema eles votarem a favor ou contra porque, no fim, vão ter que prestar contas à população”, disse.  




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