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Mistério sem o menor sentido
Felipe Simões
Do Diário do Grande ABC
16/04/2016 | 07:00
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O São Caetano está fazendo um mistério absurdo e sem o menor sentido sobre a presença do atacante Jô no clássico de hoje, contra o Santo André. Não se sabe se, de fato, o camisa 9, que sofre com um incômodo na coxa esquerda que o tirou do último jogo, treinou na quinta-feira e ontem. Isso porque as atividades foram fechadas à imprensa e ninguém no clube está autorizado a falar. A pergunta: vocês realmente acham que o Ramalhão não sabe quem o técnico Luís Carlos Martins colocará em campo às 16h?

Estamos em 2016 e a informação corre solta. Um comentário aqui e outro ali, e a notícia cai nos ouvidos do adversário. Proibir o acesso aos treinos? Existem prédios e sobrados na região do Estádio Anacleto Campanella que dão vista para o campo com um binóculo ou uma lente fotográfica potente. Há a possibilidade de colocar algum espião no portão de saída dos jogadores para ver quem estava na atividade – as cidades são vizinhas, o que não demandaria muito esforço. Além disso, os próprios jogadores, nas redes sociais, entregam o ouro que alguns tão arduamente tentam esconder. Só aí são três métodos extremamente simples que uma reflexão rasa me traz à mente. Quem trabalha com futebol, certamente, conhece uma infinidade deles.

Outra questão é que Luís Carlos Martins não é conhecido por ser um treinador ousado que mudaria todo o esquema da equipe no jogo mais decisivo da temporada, mesmo tendo tido algum tempo para testá-lo durante a semana. Neste período em que estou como setorista do São Caetano não vi ele mexer drasticamente no time uma vez sequer, nem mesmo com lesões e suspensões – situações as quais não se aplicam para esta partida. É possível, mas bastante improvável, que ele tente reinventar a roda diante do Santo André. Como precisa do resultado, talvez abra mão de um volante e lance um terceiro meia ofensivo ou atacante. Repito – possível, mas bastante improvável. Via de regra, é o 4-4-2 com uma linha de quatro bem postada defensivamente, dois volantes mais presos e dois meias com liberdade de movimentação, assim como os atacantes.

Outro ponto que me faz acreditar na manutenção do esquema tático é que Martins tem um substituto para a posição caso Jô não jogue ou não tenha condições de disputar os 90 minutos: Júlio César. Sem Naôh, expulso no último confronto, ele aparece como a opção mais óbvia, pois é da posição e pode atuar como referência, exatamente como o camisa 9 azulino.

Ou seja, o mistério não adianta de nada. Uma pena para os torcedores, que são os únicos que ficam sem saber se podem ficar um pouco mais otimistas para o clássico.




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