Em balanço das mudanças no primeiro escalão dos governos municipais, iniciando-se o desenho do cenário eleitoral, os prefeitos do Grande ABC fracassaram na tentativa de agregar aliados à campanha de continuidade do projeto no último período de reforma administrativa, a seis meses do pleito, durante a saída de titulares para disputa de cargo eletivo em outubro. Foram 24 alterações no quadro de secretariado nas sete cidades. Os gestores têm buscado acordo para ampliar apoio no páreo – seis concorrem à reeleição –, mas houve poucos acertos firmados com figuras do meio político.
<EM>O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT) – único que não está nas urnas neste ano –, por exemplo, cogitou abrir o governo para possíveis adesões. Dentro desta seara, o petista negociou a entrada do vereador Rafael Demarchi, integrante de ala independente na Câmara, na Pasta de Cultura. O parlamentar deixou o PSD e migrou para o PRB para apoiar a pré-candidatura a prefeito do oposicionista e deputado federal Alex Manente (PPS). Não houve ajuste, bem como não ocorreu com Ramon Ramos (PDT), cotado para assumir, anteriormente, a Secretaria de Serviços Urbanos. Com o desligamento de Tunico Vieira (PMDB) – ex-vereador, nome político – de Relações Internacionais (veja arte ao lado), o chefe do Executivo o substituiu por Marcello Alexandre, quadro interno.

Às vésperas do período eleitoral, o chefe do Executivo mauaense, Donisete Braga (PT), manteve a linha adotada até agora, quando acomodou série de quadros político-partidários na gestão. Por outro lado, nesta fase, ele não trouxe novos grupos para o Paço. Chamou Denilson Martins da Silva, ligado a Carlos Thomaz (PTdoB, e antes do PSB), que saiu da Pasta de Segurança Pública para ser postulante à vereança. Outro nome que pediu exoneração foi Chiquinho do Zaíra (PTdoB), ex-parlamentar que estava na Secretaria de Planejamento Urbano. Ex-titular no governo Leonel Damo e próximo a Chiquinho, João Francisco Jacinto, o Icão, assumiu o seu lugar.

Em Santo André, o prefeito Carlos Grana (PT) alçou adjuntos técnicos aos postos que ficaram vagos diante das saídas de Oswana Famelli (PMB, vice-prefeita e então titular de Desenvolvimento Econômico), Marta Sobral (PDT, Esportes) e Carlos Sanches, o Carlão (PT). Até o ano passado, o petista manteve tratativas com vereadores, como Evilásio Santana, o Bahia (DEM), por nomeação no alto escalão. Em contrapartida teria o apoio ao Paço, mas o diálogo não vingou. Para atrair eventual aliado, Grana detinha nas mãos a possibilidade de utilizar o expediente com a indicação na FUABC (Fundação do ABC), porém ele preferiu colocar Cida Damaia, servidora de carreira, no cargo apadrinhado.

O gestor de Diadema, Lauro Michels (PV), nomeou para os cargos indicados pessoas de confiança dos antigos secretários. Ex-prefeito, o então titular de Saúde José Augusto da Silva Ramos (PSDB) deixou no posto Maria Teresa Macedo de Ávila Ferraz. Com o desligamento de Marcos Michels (PSB) da Educação, Tatiane Ramos assume a cadeira com o aval do socialista. Em São Caetano, Paulo Pinheiro (PMDB) colocou a funcionária de carreira Benta Apone no cargo de secretária de Esportes que era do vereador licenciado Severo Neto (Pros), que retorna ao Legislativo (leia mais ao lado).

O prefeito Saulo Benevides (PMDB), de Ribeirão Pires, trouxe, recentemente, o ex-vereador Gerson Constantino – candidato a vice do PT em 2012 – para a Saúde. O ex-parlamentar, inclusive, permaneceu no Paço, descartando chance de postular vaga na Câmara. Com o encerramento do prazo de filiação, o peemedebista, entretanto, nomeou quadros técnicos. Ele ainda tenta regresso de Koiti Takaki (PTdoB), que deixou Assuntos Estratégicos. No lugar, entrou Fábio Cesário, ex-assessor do trabalhista.

Busca por perfil político trava escolha de substituto para Assistência Social

Júnior Carvalho

Busca cautelosa por nome com perfil político de São Caetano para substituir a ex-secretária de Assistência e Inclusão Social Andreia Neves (PMDB) na chefia da Pasta tem travado o fim das trocas de secretários que vão disputar as eleições de outubro. Na sexta, o prefeito Paulo Pinheiro (PMDB) divulgou dois novos nomes para a Ouvidoria Municipal e Esportes e, no sábado, o Paço publicou o nome do novo comandante de Cultura.

O único setor que ainda está indefinido é o da Assistência Social. A Pasta é tida como estratégica pelo governo pelo fato de ser área com proximidade com a população. Pré-candidata a vereadora, Andreia já teria assessores próximos a ela para substituí-la, mas a administração tem insistido no nome de Mário Chekin, que é assessor do gabinete do prefeito, já foi secretário de Saúde e que possui perfil técnico-político para comandar o setor. O ex-secretário tem resistido em aceitar o convite.

Para o lugar de Jander Lira (PP) no comando de Cultura, o prefeito indicou Agostinho Alberto Correia Rodrigues. Já para a Pasta de Saúde, em substituição a Jesus Gutierrez (PRB), a administração confirmou o nome do médico Silvio Martinez, ex-diretor clínico do Hospital São Caetano. Para Esportes, Benta Apone assumirá a cadeira deixada pelo vereador licenciado Severo Neto (Pros). Na ouvidoria, Hélcio Franchi entra no lugar de José Quesada (PMDB). A minirreforma do secretariado é promovida em cumprimento à legislação eleitoral, que prevê o afastamento de secretários que disputarão eleições seis meses antes do pleito.