Economia Titulo Apesar da crise
Apesar da crise, consumidor não deixa de virar o ano de roupa nova

Nas vitrines das lojas, peças brancas têm seu
espaço garantido, compartilhado com o amarelo

Por Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
31/12/2015 | 07:30
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Celso Luiz/DGABC


O brasileiro está ansioso para se despedir de 2015, ano marcado por intensa crise econômica, o que gerou forte perda de emprego e redução do poder de compra, especialmente na região, onde a presença maciça do setor automotivo, mais afetado, deixou marcas difíceis de serem apagadas.

Apesar das adversidades, o consumidor do Grande ABC não abre mão de passar a virada do ano de roupa nova e, mesmo gastando um pouco menos, garante suas peças com etiqueta para estreá-las ao som do estouro dos fogos de artifício e do estampido das rolhas saltando das garrafas de espumante.

Tradição entre as mulheres, principalmente, a lingerie é um dos primeiros itens do vestuário a ser escolhido para o Ano-Novo. E a cor eleita como a preferida para passar uma borracha nas dificuldades econômicas que 2015 estampou foi o amarelo. Na Any Any do Grand Plaza Shopping, em Santo André, de 300 calcinhas, 180 eram dessa tonalidade. E a maioria já tinha sido vendida. “A maior parte das clientes quer atrair dinheiro. Outra parcela significativa apostou no vermelho, para estimular a paixão”, conta a gerente Natália Toth. “O movimento aumenta nessa época do ano também com os amigo secretos de lingerie e a compra de pijamas, para dormir com peças novas.” É o caso da comerciante Ilda Marques, 65 anos, que garantiu o seu. Embora não tenha superstição a respeito das cores, também comprou roupa de tons claros para o Réveillon.

Na Miroa, a busca maior tem sido por shorts brancos, vestidos e macacões amarelos e peças jeans. “O volume de vendas vem diminuindo desde o ano passado nesta época do ano. Tanto que deve encerrar 30% menor do que em 2014. Mas, mesmo gastando um pouco menos, o pessoal não deixa de comprar”, afirma a gerente Néia Souza Melo.

Para a gerente de projetos Eliane Duarte, 39, as pessoas não devem deixar se abater pelo cenário. “A vida tem de ser alegre. Temos de nos divertir”, diz. Ela está em busca de vestido com muitas cores para a virada.

Na Beluga, a gerente Evelin Mendes conta que os tens mais procurados têm sido blusas em lurex e tricô nas cores branco e dourado. “Alguns modelos, por exemplo, agora só tenho em azul marinho.” A demanda pelas cores ocorre mesmo com queda em torno de 20% nas vendas ante o mesmo período do ano passado. Para ajudar, muitas peças vieram na mesma faixa de preços de 2014.

EFEITO REVERSO - O operador de vendas Thiago Felipe, 20, comprou chinelo para dar de amigo secreto de sua família no Interior. Com a crise, o tíquete médio da troca de presentes diminuiu, e, de roupas presenteadas no ano passado, passou para sandálias de dedo. “O movimento está surpreendendo em relação a 2014. Acho que a crise reverteu a nosso favor”, afirma Ana Lucia Cardoso, gerente da Havaianas.

A adolescente Graziele Vitorino, 14, elegeu como suas cores de 2016 o branco, para atrair paz, que usará na roupa, e o rosa, porque amor nunca é demais. na sapatilha. As mesmas cores foram as escolhidas da desempregada Elizabete Mayara, 18, que, para combinar com o vestido branco, ganhou de presente de Ano-Novo de sua sogra, a auxiliar de limpeza Patrícia Ignácio, 40, sapatilha no tom nude. “Não tenho muita superstição quanto às cores. O importante é passar o ano de roupa nova.”  




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