Boa parte do preço pago pelos presentes do Dia das Mães - em alguns casos a maior parte - são impostos embutidos nos produtos. Neste ano, alguns itens terão mais tributos do que em 2009, por conta do retorno da alíquota cheia do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para veículos e linha branca.

A opção de presente que possui mais impostos é o perfume importado: 78,43% de seu preço é composto por tributos. Portanto, se o custo na vitrine é de R$ 150, a maioria do valor pago, R$ 117,64, segue para os cofres públicos.

O perfume nacional não fica atrás, com tarifação de 69,13%. Segundo o coordenador de estudos do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário), Gilberto Luiz do Amaral, 45% são só de IPI. "Por isso no Brasil fabrica-se muito pouco perfume, a maior parte é água de colônia, que fixa menos o cheiro e tem carga tributária menor", explica.

Para se ter uma ideia, se um perfume nacional custa R$ 100, quase R$ 70 são destinados aos cofres públicos, sendo R$ 45 somente ao pagamento do IPI.

Amaral conta que geralmente os percentuais do pagamento de impostos não oscilam de um ano para outro. Exceto neste ano, que, devido ao fim do IPI reduzido em março, a alíquota de tributos incidente no valor do veículo popular passou de 33,83% para 36,82%.

A situação é a mesma para itens da linha branca. A batedeira passou de 34,30% para 44,37%, e o liquidificador, de 34,30% para 43,54%. "A retomada dos impostos certamente vai pesar no bolso do consumidor", aponta o coordenador do IBPT.

No forno de microondas, 59,37% são tributos. Na geladeira, 36,98%, e no fogão quatro bocas, 27,28%.

Nem mesmo um almoço em restaurante não escapa da tributação. Ao levar sua mãe para almoçar, 32,31% do montante pago vão para o Fisco.

O vestuário também é alvo dos altas taxas. Sob as roupas, incide 34,67% de carga tributária, sob botas, 36,17%.

Da lista de possíveis presentes para o Dia das Mães que possuem a menor tributação figuram as flores, com 17,71%, e os livros, com R$ 15,52%.