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Bar do Bolinho: boteco fino em São Bernardo
Thiago Mariano
Do Diário do Grande ABC
06/12/2009 | 07:04
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O Bar do Bolinho é como se fosse uma antiga foto de família, em preto e branco, que recende a história. A casa, que há 41 anos funciona ao lado da Escola João Ramalho, em São Bernardo, abriu uma filial há dois, para comportar com mais comodidade o crescente público que, junto da família, vai atrás de antigos causos e em busca do mesmo sabor do tradicional bolinho de carne, que em todos esses anos mantém a mesma receita.

A família Hidaka, que há 16 anos assumiu o controle da casa, revive, através dos clientes, todos os anos anteriores da história do bar. "As pessoas fazem parte da história do Bar do Bolinho. Eu mesmo conheço muitas delas que nem vivenciei", conta Ricardo Hidaka, sócio-proprietário, referindo-se a uma das mais famosas, a do contrabando de bolinhos, que era passado pelo alambrado da Escola João Ramalho para saciar a fome dos estudantes.

O segredo dos ingredientes e do preparo do prato é, ainda, mantido em segredo a sete chaves, numa história que relembra as histórias das fórmulas secretas, como a da Coca-Cola e de outros produtos.

"O preparo do bolinho sempre esteve centralizada em uma pessoa só. Hoje, quem é responsável por fazê-lo, é somente a minha mãe", completa Hidaka.

Pelo menos uma centena de pessoas, por semana, tenta obter a fórmula secreta do bolinho. "Geralmente, é na hora de pagar a conta. A gente pergunta se o cliente gostaria de mais alguma coisa e ele responde: ‘Sim, a receita do bolinho'."

Muitos dos que passam por lá comentam dos bolinhos de outros bares e até hoje, Hidaka afirma, nenhum afirmou que tivesse achado algum mais saboroso ou parecido.

"Tem gente, também, que volta aqui 25 anos depois, para apresentar o bar aos filhos, netos. Vira um festival de saudosismo", completa, dizendo também que esse fenômeno fideliza cada vez mais clientes.

Um dos maiores atrativos do bar é o preço: o bolinho tradicional custa R$ 2 há muito tempo, e não vai aumentar tão cedo.

Porções de petiscos são baratas e generosas, estão na faixa dos R$ 15. Outros quitutes, típicos de boteco, como coxinha, esfiha e kibe, são um pouco mais caros que os bolinhos. A média de gasto por pessoa é R$ 12.

Duas iguarias não igualmente famosas, mas certamente tão saborosas quanto o prato da casa, são os bolinhos de bacalhau e camarão.

É muito incomum que se passe pela casa sem prová-los. Geralmente, começa-se pelo bolinho de carne e depois se vai para os outros.

O pão com bolinho é o que tem a maior saída. Você pode montá-lo com um ou dois bolinhos, acrescentando um tipo de queixo e salada de alface e tomate. Fica em média R$ 6. O acompanhamento preferido é a cerveja.

Os tradicionais vinagretes de repolho e tomate, este último caprichado na pimenta, chegam à mesa assim que o freguês se instala.

A casa não oferece grande variedade de pratos e bebidas. Hidaka justifica que o controle nos custos, para que os produtos fiquem sempre baratos, é o que impossibilita a diversificação do cardápio. Mas, também, convenhamos: a pessoa que vai ao Bar do Bolinho, não está a fim de pizza, prato feito ou qualquer outra opção. Ela vai mesmo é para saborear a prata da casa e prosear, no clima de informalidade que o bar transmite.

A sede nova do Bar do Bolinho não eliminou a primeira. "A casa original é tradicional, ainda hoje o nosso ponto de referência. Boa parte dos nossos fregueses sempre se dirige para lá". Filas formadas na porta da casa são comuns ainda hoje. Para o próximo ano, o projeto da casa é criar um serviço delivery, para que o alcance seja ampliado.

Onde - Matriz: Rua General Osório, 06, São Bernardo (próximo ao Colégio João Ramalho). Funcionamento: diariamente, das 10h às 22h. Tel.: 4345-4605. Filial: Rua João Pessoa, 262, Centro, São Bernardo do Campo (próximo à Igreja Matriz). Funcionamento: das 11h às 23h, de segunda a sábado. Ambas aceitam todos os cartões, exceto Amex.




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