O secretário de Serviços Municipais de Santo André, Klinger de Oliveira Sousa, afirmou na tarde deste domingo que houve "inércia" da polícia paulista no caso do seqüestro e morte do prefeito Celso Daniel. "É impressionante que 24 horas depois do ocorrido a polícia não tenha conseguido nenhuma pista, não tenha nem localizado os carros usados no seqüestro", disse o secretário em entrevista à GloboNews.

Klinger revelou que uma operação havia sido montada para facilitar o contato dos seqüestradores. Além dele, seriam encarregados das negociações o secretário de Governo, Gilberto Carvalho, e o empresário Sérgio Gomes da Silva, amigo e ex-assessor de Celso, e que estava com o prefeito no momento em que ele foi seqüestrado, na sexta.

Ele garantiu ainda que a hipótese de crime político não é levada a sério no gabinete andreense. "Eu nunca acreditei nisso, e os peritos com quem tivemos contatos desde sexta também não, o mesmo acontecendo com a Polícia Federal. Tudo indica que foi um seqüestro ocasional, desses que ocorrem às centenas em São Paulo", disse Klinger, emocionado. "Espero somente que esse crime absurdo sirva para mudar o rumo da polícia em nosso Estado".

Por volta das 14h, Klinger se dirigiu ao IML da capital, para onde foi encaminhado o corpo do prefeito, encontrado pela manhã na Estrada das Cachoeiras, em Juquitiba, na Grande São Paulo, altura do Km 328 da Rodovia Régis Bittencourt.