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Rússia se transforma para receber o Mundial e milhões de fãs

Cachorros de rua são mortos e público LGBTI vira problema; Copa é a mais cara da história

Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
14/06/2018 | 07:00
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Divulgação/Fifa


A partir de hoje a Rússia é um novo país. Pelo menos até 15 de julho, quando termina a Copa do Mundo. Sai de campo a austeridade de governo intolerante à comunidade LGBTI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e pessoas Intersex), sob comando do presidente Vladimir Putin, capaz de tudo para minimizar os efeitos das sanções econômicas impostas por Estados Unidos e União Europeia, entra nação que até mesmo os russos desconhecem, de ruas limpas, acolhedora e onde tudo funciona.

Para receber o Mundial, a Rússia se preparou dentro e fora de campo. Passar imagem de país organizado, por exemplo, custou a vida de centenas de cachorros de rua, comuns especialmente em Moscou, que foram exterminados nos últimos meses. Teve até pedido do prefeito de Kaliningrado, cidade-sede, para os habitantes deixarem o município durante a Copa e os que ficarem não agredirem os turistas, entre muitas outras ações inimagináveis em tempos modernos.

Mas nenhum assunto foi tão polêmico como os que dizem respeito à comunidade LGBTI. Lei de 2013 proíbe manifestações públicas de afeto entre homossexuais, o que pode gerar multa e até pedido de deportação. O assunto é tão sério que o Ministério das Relações Exteriores do Brasil elaborou cartilha com orientações aos mais de 60 mil brasileiros que estarão na Rússia. Entre as recomendações estão: evitar manifestações intensas de afeto em público, especialmente a comunidade LGBTI, e não ingerir bebidas alcoólicas nas ruas, o que é passível de multa.

Esportivamente, a Rússia promete empolgar. A Copa mais cara da história consumiu US$ 14 bilhões (cerca de R$ 51,8 bilhões) e apresentará estádios modernos e gigantescos. Os prédios e monumentos históricos também serão atração à parte e vão encantar os mais de 2 milhões de turistas esperados.

A expectativa é saber como será a Rússia depois do dia 15 de julho. Tudo voltará ao ‘normal’ ou a Copa do Mundo provocará mudanças significativas no país?

Em campo, a Alemanha defende o título conquistado no Brasil, em 2014. A ausência é a Itália, tetracampeã, que não obteve a classificação. Favorita, a Seleção joga para superar os 7 a 1 sofridos em casa, para os alemães.

Cerimônia será simples e curta

Quem se decepcionou com a abertura da Copa do Mundo do Brasil, há quatro anos, não deve reunir muitas expectativas para ver a cerimônia que dará início ao Mundial da Rússia, hoje, às 11h30, no Estádio Luzhniki, em Moscou, palco que às 12h recebe o duelo entre os anfitriões e a Arábia Saúdita, pela primeira rodada do Grupo A.

Diferentemente de outros Mundiais, o evento vai priorizar as apresentações musicais. Os protagonistas serão o cantor britânico Robbie Williams e a soprano Aida Garifullina, considerada uma das melhores vozes dos donos da casa. A cerimônia deve durar poucos minutos.
O ‘apresentador’ escolhido pelos organizadores foi o ex-atacante Ronaldo Fenômeno, campeão mundial em 1994 e 2002.

Ontem, foi escolhida a sede da Copa de 2026. Estados Unidos, Canadá e México vão dividir a organização do torneio que passará a contar com 48 seleções, contra as 32 de agora.




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