Política Titulo Operação da PF
Aidan acionará Justiça por sofrer quebra ilegal de sigilo
Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
04/12/2012 | 07:00
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O prefeito de Santo André, Aidan Ravin (PTB), ingressará com ação na Justiça após sofrer quebra ilegal de sigilo telefônico. A Polícia Federal, por meio da Operação Durkheim, apontou que o chefe do Executivo, derrotado nas urnas em outubro, foi vítima de quadrilha especializada na violação de informações sigilosas. Em choque, o petebista sustenta que não tinha ciência da investigação e, agora, aguarda desfecho da história. "Estou surpreso e espero que seja levada adiante (apuração)."

Até o momento, Aidan afirma que não foi informado oficialmente pela polícia sobre a investigação - sob segredo de Justiça - da quebra de sigilo em seu celular, mas garante que adotará as "medidas cabíveis". A quadrilha teve acesso à lista de ligações do telefone do prefeito nos meses de fevereiro e março deste ano, período que precedeu o processo eleitoral, do qual perdeu a reeleição, e às denúncias de corrupção no Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André).

As acusações de irregularidades praticadas dentro da autarquia iniciaram-se no dia 4 de março. O então diretor de Gestão Ambiental Roberto Tokuzumi denunciou esquema de venda de licenças ambientais. Pouco tempo depois foi exonerado, precedendo demissão de praticamente toda a diretoria. Com o andamento do episódio, a cúpula envolveu o prefeito na indicação do advogado Calixto Antônio Júnior, acusado de negociar propina para liberação de pagamentos a empreiteiras.

Calixto, por sua vez, teve o pedido de quebra de sigilo telefônico feito pela Polícia Civil. Antes disso, porém, entregou espontaneamente cópia da relação à Promotoria Pública, na qual constavam ligações ao prefeito. O documento se refere ao período de 60 dias entre fim de janeiro a março.

O caso Semasa continua em trâmite na Polícia Civil e Gaerco (Grupo de Atuação Especial Regional para Prevenção e Repressão ao Crime Organizado), em auxílio à Procuradoria-Geral de Justiça.

A organização criminosa foi desarticulada há uma semana pela PF, indiciando 73 pessoas até agora e cumprindo 87 mandados de busca e apreensão. Entre outras vítimas da espionagem estão o Tribunal de Justiça de São Paulo, o ex-secretário de Reforma do Judiciário Sérgio Renault e o ex-jogador de futebol Luizão, que deverão prestar depoimento à polícia nas próximas semanas.

 




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