A concessionária SPMar, que constrói o Trecho Leste do Rodoanel, cobra do governo do Estado mais agilidade na emissão de licenças ambientais para a obra. A entrega do segmento, com 43,5 quilômetros de extensão, está prevista para março de 2014, e a empresa já teme atraso no cronograma.

A construtora aguarda da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) autorização para iniciar os serviços nos lotes 5 e 6, que ficam em Ribeirão Pires e Suzano e somam 16,2 quilômetros. Atualmente, estão em obras os lotes 1, 2 e 4, localizados entre Mauá e Ribeirão Pires, sendo que o segundo corresponde ao Túnel Santa Luzia. Também está em construção a área 3, que terá a segunda maior ponte do Brasil, com cerca de 12 quilômetros.

O diretor-presidente da SPMar, José Carlos Britto, disse que solicitou as licenças à Cetesb em abril e que a previsão era de que fossem emitidas em setembro.

Britto afirma que a demora ainda não compromete os trabalhos no tramo Leste. "No entanto, se essas licenças demorarem mais de um mês para saírem, parte de nosso maquinário ficará ocioso, sem que os operários possam entrar nessas áreas."

Nesta semana, a SPMar protocolou pedido de licença para os lotes 8, 9 e 10, que somam 18 quilômetros de pistas e passam por Itaquaquecetuba e Arujá. Nesses locais, serão feitos os acessos às rodovias Ayrton Senna e Presidente Dutra.

A Cetesb informa que ainda depende que a concessionária forneça informações complementares para que a autorização seja concedida, mas não informou se há previsão de data para que o impasse seja resolvido.

A construção do Trecho Leste foi iniciada em agosto do ano passado e o investimento foi de R$ 2,8 bilhões. De acordo com o presidente, 30% do programa geral de obras já foi concluído. Das cerca de 1.000 áreas a serem desapropriadas, 95% já estão com ações judiciais e 75% já tiveram posse emitida pela Justiça.EMDo total de 3,2 milhões de metros cúbicos de terraplanagem necessários, 78% já foram executados. O volume total de terra equivale a aproximadamente 40 piscinões do Pacaembu, na Capital. Cerca de 2.700 pessoas trabalham direta e indiretamente no empreendimento.

Todo o material utilizado na obra é fabricado pela própria SPMar, como vigas, estacas, asfalto e concreto. Segundo Britto, a autossuficiência reduz em 25% os gastos totais.

Pavimentação da via começa no mês que vem

A pavimentação de parte do Trecho Leste do Rodoanel começará a ser feita já no próximo mês. A área, que faz parte dos lotes 1 e 4 da obra, vai de Mauá a Ribeirão Pires e tem cerca de 7,5 quilômetros. A previsão da concessionária SPMar é de que o asfalto no segmento fique pronto em agosto.

Nesta semana, a equipe do Diário participou da primeira visita da imprensa às obras do tramo Leste. No Grande ABC, os trabalhos seguem em ritmo acelerado. O Túnel Santa Luzia, em Ribeirão Pires, também deve ter a escavação concluída em janeiro. Segundo o diretor-presidente da SPMar, José Carlos Britto, faltam apenas 60 metros para o término. A passagem subterrânea terá cerca de 1,1 quilômetro.

A tecnologia utilizada em parte do trajeto será responsável pela redução de 90% da supressão da vegetação. Em cerca de 12 quilômetros, será feita a segunda maior ponte do Brasil, atrás apenas da Rio-Niterói, com 13 quilômetros. Para isso, a empresa utiliza equipamento chamado cantitravel, que fixa as estacas sem que equipes tenham de circular pelo solo. O sistema usado é construções sobre o mar.

A implementação do túnel evita o corte de 450 mil metros cúbicos de mata. Toda a pedra retirada nas explosões é utilizada para outros serviços da obra, o que reduz o investimento e diminui a passagem de caminhões por ruas e avenidas vizinhas, diminuindo o impacto no entorno.