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Transtornos no ambiente de trabalho

Em um ambiente de trabalho encontramos diversas possibilidades de aprendizado e crescimento, mas também dificuldades

Cíntia Bortotto
26/07/2010 | 00:00
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Em um ambiente de trabalho encontramos diversas possibilidades de aprendizado e crescimento, mas também dificuldades. Nem sempre tudo são rosas e problemas comuns acabam acontecendo. Alguns deles são: desacordo ou desalinhamento com a chefia; dificuldade de trabalhar com integrantes da equipe; dificuldade em demonstrar de maneira eficiente seu potencial; insegurança em relação às mudanças; insegurança quanto ao seu próprio conhecimento; conflitos; dificuldade em se adaptar à cultura organizacional; a empresa não precisar ou não dar espaço para o seu trabalho; assédio moral; assédio sexual.

A dificuldade pode se tornar um problema quando estiver presente na maior parte do tempo ou quando é tão nociva do ponto de vista psicológico que começa a fazer mal até fisicamente. No entanto, saliento que, por mais difícil que possa parecer o seu problema, ele tem solução.

Conversando com o chefe
Para cada dificuldade, há uma saída apropriada. Por exemplo, no caso de desentendimento com seu chefe, busque alinhamento, procure se aproximar e entregar os resultados da forma como o gestor quer ver. Identifique se o que é um problema são apenas divergências em alguns assuntos ou se são disparidades em valores. No primeiro caso, basta tratar as diferenças de forma profissional e lembrar que, no final, a palavra da chefia tem mais peso. No segundo caso, sugiro que comece a olhar o mercado (para novas opções de trabalho) e que sinalize de forma educada e ética sua opinião.

Problemas com a equipe
Se seu problema é a dificuldade de trabalhar em equipe, ou em especial com um integrante da equipe, isso é assunto para um artigo específico. Resumidamente, alerto que, em primeiro lugar, é necessário lembrar que grupos de forma geral têm comportamento bastante similar, ou seja, com aproximações de integrantes, existem distanciamentos que passam por temas como poder, convergências de histórias, identificações, ciúmes, disputas de egos e de espaços. O melhor que um líder e seus integrantes podem fazer é criar um espaço aberto, onde se possa falar das fragilidades, características, anseios e medos, sempre lembrando que o ambiente de trabalho é um local onde se foca em resultados.

Quando se trabalha onde se pode falar verdades para uma equipe, mesmo que seja brincando, os assuntos são endereçados de forma mais natural e tranquila. Ambientes muito sofisticados ou competitivos inibem esse tipo de comportamento. Entre integrantes é comum se perceber disputas de espaço e busca pela atenção de outros colegas, ou seja, começam-se a formar os sub-grupos (panelas). Outro comportamento comum, mas muito prejudicial, é a fofoca. Ela é capaz de destruir relações e tornar o ambiente de trabalho insuportável. Tente nunca participar de mexericos.

Conflitos
Em um ambiente de trabalho, é importante buscar que as pessoas gostem de você. Isto não quer dizer ser uma pessoa falsa, mas procurar ser agradável. Mesmo com uma postura que prima pela convivência, ainda assim conflitos podem ocorrer. O que é importante é demonstrar que os conflitos podem acontecer de forma educada, e que a divergência de opinião pode trazer benefícios para a companhia. Mas quando o conflito entra na esfera pessoal, busque se distanciar. Não é um jogo interessante. Demonstre sempre profissionalismo e bom senso. Quem está em volta perceberá que você está com a razão.

Adaptação à cultura organizacional
Para adaptar-se bem, é preciso ter em mente os valores da companhia. Eles têm de ser semelhantes aos seus. Afinal, você tem de acreditar na empresa e em seus princípios para realizar um trabalho diferenciado. Não se adaptar à cultura é sinal de que o seu tempo na organização está contado.

Se você sente que a empresa não precisa ou não dá valor ao seu trabalho, aí vale a pena conversar, pois se trata de uma situação diferente. É preciso esclarecer com seu superior imediato ou alguém acima. É importante que eles saibam que você quer mais e mais espaço, assim podem apoiar suas iniciativas.

Nesse contexto, cabe aos recursos humanos criar políticas coerentes e que inibam os problemas, trabalhar em conjunto com o jurídico para fazer valer o código de ética e dar feedback sobre comportamento para gestores e funcionários. Deve-se treinar a liderança e sinalizar claramente o limite do que é aceitável pela companhia e o que não é. Na semana que vem, continuarei comentando sobre esse assunto, dando atenção especial a um tema delicado, que tem ganhado muito espaço nos últimos anos, que é o assédio moral. Siga confiante e boa sorte!

Cíntia Bortotto é consultora de RH e gerente de desenvolvimento organizacional da Bombril - www.cintiabortotto.com.br




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