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Senador denuncia uso de cobaias humanas
Da Agência Brasil
09/01/2006 | 08:02
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O presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, Cristovam Buarque (PDT-DF), disse domingo que vai convidar o ministro da Saúde, Saraiva Felipe, e o ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, para uma audiência pública sobre o uso de cobaias humanas em pesquisas sobre malária em comunidades ribeirinhas do Amapá. O senador visitou as comunidades de São Raimundo do Pirativa e São João do Matapim, no Amapá, e disse ter ficado “horrorizado” com os relatos dos ribeirinhos da região. Segundo Cristovam Buarque, cerca de 40 pessoas aceitaram participar das pesquisas em troca de R$ 12 a R$ 20 por dia.

O senador afirma que os ribeirinhos eram submetidos, diariamente, a picadas de 100 mosquitos. “Se nós não tomarmos providências imediatas, corremos o risco que outros grupos brasileiros continuem submetendo sua saúde em troca de R$ 10 a R$ 20”, destacou. Buarque informou que convidará também para participar da audiência pública integrantes do Ministério das Relações Exteriores, já que o projeto de pesquisa foi elaborado pela Universidade da Flórida, com financiamento de US$ 1 milhão do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos.

O promotor que denunciou o caso, Haroldo Franco, e o servidor do governo do Amapá Allan Kardec, que teria participado da pesquisa, também devem ser chamados. De acordo com Cristovam, a audiência pública deve ser marcada para a segunda quinzena de fevereiro.


Cem picadas –
Cristovam Buarque, que preside a Comissão de Direitos Humanos do Senado, acredita que as pesquisas sobre malária que supostamente envolveram cobaias humanas não tenham ocorrido apenas nas comunidades ribeirinhas São Raimundo do Pirativa e São João do Matapim, no Amapá. “Nada justificaria que só acontecesse no Amapá.”. O senador visitou as comunidades e ouviu relatos de moradores sobre a participação nos estudos. Segundo ele, os ribeirinhos disseram receber entre R$ 12 e R$ 20 para serem submetidos, diariamente, a picadas de 100 mosquitos.

O projeto de pesquisa foi elaborado pela Universidade da Flórida, com financiamento de US$ 1 milhão do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos. No Brasil, estava sendo coordenado pela Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Universidade de São Paulo (USP) e a Fundação Nacional de Saúde (Funasa).



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