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Leilão de imóveis cresce 30% no Grande ABC
Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
26/07/2010 | 07:11
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O número de imóveis leiloados no Grande ABC cresceu 30% nos últimos cinco anos. Atualmente, há 5.000 bens disponíveis na região em leilão judicial, segundo Marcelo Donizetti, presidente da Cadmesp (Consultoria em Defesa do Consumidor).

Alguns imóveis chegam a ser ofertados por preço até 50% mais baixo que o valor de mercado, atraindo não apenas quem deseja adquirir a casa própria como também quem deseja investir. "O mercado imobiliário sempre foi o foco dos investidores. Além de o imóvel ficar cada vez mais valorizado, a pessoa não perde dinheiro", afirma Donizetti.

Segundo dados da Caixa Econômica Federal, de 2007 para 2009 houve crescimento de 94% no volume de imóveis leiloados no Estado de São Paulo e elevação de 133% no número de eventos desse tipo. No histórico de leilões da Caixa, a média do valor de avaliação do imóvel é de R$ 108 mil, e a dos lances de arrematação é de R$ 87 mil. Esses bens têm, em média, 105 m² (metros quadrados) de área total, 65m² de privativa, dois quartos e uma vaga na garagem, além dos demais ambientes (banheiro, sala, cozinha e área de serviço).

Os imóveis ofertados em leilão estão principalmente nas regiões Sul, Leste e Norte de São Paulo e no Grande ABC.

Diferença - No caso dos leilões realizados pelas instituições bancárias, os bens ofertados são decorrentes dos financiamentos imobiliários em que os proprietários estão inadimplentes há mais de 60 dias. "Antes, esses contratos eram feitos sob a hipoteca do bem, mas atualmente quase todos são feitos sob o regime de alienação fiduciária (que consiste na transferência da propriedade do devedor ao credor), o que justifica o aumento dos leilões", conta Regina D'Azevedo, coordenadora de sustentação ao negócio da Caixa Econômica Federal.

Nesse tipo de leilão, grande parte dos bens pode estar ocupada e a responsabilidade de mover ação de despejo é do novo proprietário.

Já nos leilões judiciais, que já passaram pelo juiz e foram sentenciados (ação definitiva), a pessoa precisa deixar a casa em 15 dias sem direito a recorrer, explica o presidente da Cadmesp.

Cuidados - Mesmo com preços menores e a grande possibilidade de ganho em investimento, comprar imóvel em leilão requer cuidados. Segundo Regina, ao adquirir um bem o comprador precisa, em primeiro lugar, estar ciente das regras contidas no edital do leilão e estudar a possibilidade de valor de lance de acordo com sua capacidade financeira. "Todos os leilões da Caixa têm editais explicativos. O interessado precisa estar ciente de tudo o que está determinado para não ser surpreendido", adverte.

Bem como em uma compra usual, é preciso estar atento a alguns aspectos, por exemplo, as referências do imóvel, sua situação perante a Justiça e seu estado de conservação.

Para Emanuela Veneri, advogada e sócia-diretora da Arbimóvel (consultoria especializada na solução de conflitos imobiliários), preços muito baixos podem significar pendências judiciais, situação irregular ou bem inacabado. "O interessado precisa primeiro saber quais são as dívidas que esse imóvel tem, como impostos atrasados e contas (água/luz/condomínio). Em seguida, é o momento de visitar o bem, fazer uma espécie de vistoria para saber pelo que se está pagando", afirma.

Outra dica é saber se quem ocupa o imóvel é inquilino ou proprietário. "Um contrato de aluguel é fácil de ser anulado. Já quando o imóvel está ocupado pelo antigo dono, ele pode entrar com recurso, e em média, as ações de despejo demoram 12 meses", cita a advogada. E completa: "Seja para investimento ou moradia, o leilão pode ser um bom negócio, quando pesquisado".




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