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Carro anfíbio é atração na Prainha do Riacho

Empresário desfila, a cada 15 dias, com seu modelo, fabricado na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
23/10/2017 | 07:00
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André Henriques/DGABC


 Direto da Alemanha para as águas da Represa Billings, em São Bernardo. O carro anfíbio, modelo Schwimmwagen, foi construído em 1944 a pedido do exército alemão para ser utilizado na Segunda Guerra Mundial, mas atualmente pode ser visto na Prainha, no Riacho Grande, local preferido do empresário Erineu Cicarelli, 76 anos, para passear com o veículo.

A história de amor entre Cicarelli e o carro, que consegue andar sobre as águas e por terra, começou na década de 1960. Ele revela, entretanto, que demorou mais de 40 anos para conseguir adquirir o veículo. “Trabalhava como mecânico em Santo André e o antigo dono dele o levava para manutenção. Ficava apaixonado, como se fosse um menino humilde apaixonado por uma rainha”, comparou.

O carro nunca saiu da cabeça de Cicarelli e, quando ele se aposentou, a busca pela paixão começou. “Comecei a procurar por ele e, para minha surpresa, ele estava a apenas 500 metros da minha casa. Já quase não andava, estava coberto por uma lona em uma garagem”, contou.

O empresário não pensou duas vezes para propor a compra do carro anfíbio, recusada de início. Sem desistir, conseguiu convencer o antigo dono a vender metade do automóvel, que na época valia US$ 26 mil, há 27 anos.

Dono de ferramentaria, a primeira ação de Cicarelli foi levar o veículo para manutenção, o que lhe custou R$ 5.000. “Tive de vedar ele inteiro para que não entrasse mais água. Como ele foi construído na época da guerra, era feito de material de baixa qualidade, para descarte.”

A outra metade do carro só foi adquirida em 1995, quando o antigo dono precisava cedeu às investidas porque precisava de dinheiro. “Cada vez mais sou apaixonado pelo carro. Foram fabricados 14,8 mil unidades e hoje são 150 no mundo, sendo dois no Brasil. Ele é único para mim.”

O empresário aposentado mantém ritual para curtir o veículo. A cada 15 dias se desloca até a Represa Billings para dar algumas voltas com o carro na água. Frequenta, religiosamente, o mesmo restaurante, onde almoça um peixe, e retorna para casa.

Enquanto desfila pelas areias da Prainha do Riacho, o carro anfíbio se torna atração principal do local entre os visitantes. “Navego de duas a três horas, almoço e depois volto.Já fiz a travessia entre Santos e Guarujá, mas gosto mesmo é de vir aqui na represa e brincar”, disse ele.

Para pilotar a máquina é preciso, além de CNH, Arrais (documento emitido pela Marinha para conduzir embarcações).




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