A experiência não foi a primeira, mas certamente foi decisiva - conhecidos por sua literatura particular, baseada em um retrato pessoal da realidade, os escritores Marçal Aquino e José Eduardo Agualusa foram convidados a se aventurar pelo terreno da dramaturgia, escrevendo textos que estréiam hoje, em São Paulo. De Aquino, o Teatro Aliança Francesa recebe Amor de Servidão e, do angolano Agualusa, o palco do Sesc Anchieta vai apresentar o monólogo Aquela Mulher. Textos distintos nas intenções mas que correm em paralelo ao tratar das relações de poder. E ambos nascidos a partir do desejo de terceiros.

Amor de Servidão, por exemplo, surgiu quando a dramaturga e produtora Marília Toledo leu Eu Receberia as Piores Notícias do Seus Lindos Lábios (Companhia das Letras), livro de Aquino, e percebeu ali o fio da meada para uma boa dramaturgia. Já Aquela Mulher foi uma encomenda de outra Marília, a atriz e jornalista Marília Gabriela, encantada que estava com a descoberta da obra de Agualusa. Amor de Servidão acompanha a trajetória do carioca Altino que envolve jogos, casamento, morte, sexo e devoção. Aquela Mulher, um tema delicado: mulheres no poder. A peça é claramente inspirada na trajetória da senadora norte-americana Hillary Clinton.