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Ator de 'Linha de Passe' fez laboratório no Santo André
Por Ângela Corrêa
Do Diário do Grande ABC
05/09/2008 | 07:01
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Como parte do laboratório para seu personagem em Linha de Passe, filme de Walter Salles e Daniela Thomaz que estréia nesta sexta apenas no circuito paulistano, o ator carioca Vinícius de Oliveira, 23 anos, teve de apurar, além da própria habilidade futebolística, sua visão acerca do acirrado e promissor mercado para os jovens que conseguem destaque nos gramados. Para isso, o flamenguista fez no ano passado um pequeno ‘estágio' nos juniores do Santo André e também do Palmeiras.

Dário, o personagem de Vinícius, é um jovem que persegue o sonho de se profissionalizar no futebol. Corre contra o tempo, já que está prestes a completar 18 anos, idade limite para quem aspira um lugar ao sol nos grandes times. Foi isso que o ator foi buscar ao conviver com garotos mais ou menos na mesma situação. "Mais ou menos porque o Dário ainda está nas peneiras enquanto que os garotos das categorias de base já estão dentro de um clube", explica.

Vinícius foi "convocado" por Salles há cerca de quatro anos, quando o projeto começou a ser gestado. "Me matriculei na escolinha do Zico na época, porque tinha de adquirir habilidade suficiente para parecer alguém que tem jeito para a coisa nas cenas em campo", afirma ele, que foi bastante elogiado tanto pelo desempenho dramático quanto pelo domínio de bola. "Ah, não é bem assim. Como o Dário, há muitos garotos por aí. Que jogam bem mas não conseguem espaço", desconversa.

O treinamento em Santo André, por quase cinco meses, coincidiu com o início do laboratório do restante do elenco em Cidade Líder, na Zona Leste paulistana. "Eu saía todos os dias de manhã e só chegava à noite. Treinava pesado, fazia os mesmos exercícios que eles. Fez toda a diferença na hora de filmar", relata. A preocupação dos produtores foi retratar de maneira crível esse universo. O treinador das categorias de base do Santo André, Edílson Baroni, o Baroninho, diz que a experiência parece ter sido bastante valiosa para Vinícius. "Ele passou como se fosse um jogador do clube. Treinou junto, se trocou junto, participou de coletivos e até de amistosos", relembra. O técnico concorda que o ator leva jeito. "Ele sabe jogar, tem boa noção. Os garotos eram mais jovens e com mais preparo físico, mas ele acompanhou bem", pondera o treinador, em entrevista por telefone da Itália, onde conduz a equipe sub-20 no Torneo Città di Torino.

Os cerca de 30 meninos do Santo André não sabiam que Vinícius, que estreou no cinema aos 12 anos em Central do Brasil, apadrinhado pelo mesmo Walter Salles, não estava ali como mais um aspirante. Só depois, quando ele filmou algumas cenas no estádio Bruno Daniel, os companheiros receberam a informação. "Ali eu era mais um. Foi de extrema importância", afirma o ator.




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