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‘Robinho’: atração em campo
Analy Cristofani
Do Diário do Grande ABC
14/09/2006 | 01:04
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Pedala Robinho! A expressão, esquecida pelos santistas desde que o atacante foi para a Espanha era a frase dita na arquibancada do jogo de futebol feminino em que o São Bernardo goleou Votuporanga por 17 a 0. Um placar elástico, mas não era o que chamava atenção. Elisângela, cotada para a Seleção Brasileira e absolutamente parecida com Robinho, comemorava a boa fase e a confiança que o técnico Luís Carlos Campioto depositou no seu futebol.


No começo do ano, depois de decidir não mais ficar em São Paulo para ajudar os irmãos na roça de Itabuna, na Bahia, foi Campioto quem tomou a atitude de ir até Salvador buscá-la, com a promessa de que, aqui, poderia ajudar ainda mais os seus familiares. “A humildade que ele tem me fez mudar de idéia. Tinha uma vida muito sofrida lá em Itabuna, mas não queria deixar meus três irmãos, mas depois de tudo que ele falou – e cumpriu –, estou ajudando e muito a minha família”, conta a atacante, que na quarta-feira fez três gols.


Robinho não sabe dizer nem mesmo se gosta do apelido que ganhou quando defendia o Galícia, de Salvador. Mas assumiu como nova identidade. Na verdade, seu ídolo no futebol masculino é Ronaldinho Gaúcho. “Vou fazer o quê? Me colocaram esse apelido e ficou”, diz.


Elisângela, aos 27 anos, agora sim aceita uma vida nova e pensa em chegar à Seleção Brasileira do técnico Luiz Antonio, que promete vir aos Jogos Abertos assistir a uma de suas partidas para observá-la melhor. “Disse a ele que tem uma menina muito boa aqui e o Luiz Antonio virá ver”, conta Campioto, fã incondicional da atacante.


Na temporada passada, Elisângela defendia o Araraquara. E foi justamente em uma partida contra o São Bernardo que a jogadora chamou a atenção do seu atual treinador. “Fui lá e conversei com ela, disse que não podia desistir do futebol. Consegui convencê-la”, diz, orgulhoso, o técnico.


Hoje, mais confiante, a atacante já tem sonhos mais altos. “Quero ir para a seleção. Ah, e pro Pan eu vou”, afirma, como quem aposta no próprio talento, que descobriu inspirada na irmã. “Tinha um areião do outro lado do rio, lá em Itabuna, e minha irmã jogava futebol. Ela era muito boa. Eu pensava: ‘um dia vou jogar igual minha irmã’. Entrei no meio dos meninos e nunca mais parei com o futebol.


Profissional, Elisângela não tem lazer em São Paulo. Vai do treino para o apartamento onde mora. Não gosta de sair, de badalação. “Sete horas da noite já estou dormindo. Não saio de casa quase, Só em grupo, quando a gente faz um churrasquinho”.


Um dos motivos não é apenas o objetivo de estar entre as melhores do país – e quem sabe do mundo – no seu esporte. Mas São Bernardo é grande demais e intimida. “Em algumas coisas me assusta a cidade. Então prefiro ficar em casa. É mais seguro”, garante a atacante.



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